Os profetas profetizam
falsamente, e os sacerdotes dominam pelas mãos deles, e o meu povo assim o
deseja: e que fareis no fim disto? Jeremias cap. 5 vs. 31
Aos críticos gratuitos da crítica analítica, devo-lhes dizer uma coisa: É simplismo e superficialidade dizer que não devemos julgar (criticar e apontar desvios de caráter e conduta). Se assim fosse, estaria anulado todo ministério dos profetas, juízes, apóstolos e do próprio Senhor Jesus que vieram com o dedo em riste denunciando as falcatruas da religião.
“LOBISMO”, foi a terminologia que adaptei, para caracterizar os “LOBOS”, ministros (servos e escravos, nada mais que isso), que perderam a visão de “despenseiros” do Reino, tornando-se mercenários da fé.
Assim como no post anterior “7 dicas para manipular uma Igreja”, essa catalogação é fruto de anos de observação e indignação com aquilo que chamam de “ministério” no meio evangélico.
“Ministérios” esses que na sua grande maioria, são resultado da necessidade de auto-afirmação ou, na sua face mais vil, mercenarismo puro.
Essas evidências identificam aqueles que perderam a paixão voluntária pelo ministério e tornaram-se profissionais frios e calculistas de um cargo eclesiástico em benefício de si mesmo.
Qualquer semelhança aqui exposta não é mera coincidência, são constatações factuais.
1º Gostam de poder, mas estranhamente se recusam a servir. Como amam falar em línguas estranhas,
profetizar, revelar e demais peculiaridades do gênero (obs. Eu creio na
contemporaneidade dos dons sobrenaturais). Mas tudo isso é canalizado para a
promoção pessoal, pois não mostram o mesmo empenho na hora de dar atenção ao
ser humano que precisa de um ombro humano para dividir suas mazelas.
2º Valorizam programações, mas menosprezam relacionamentos. Participam de todos os congressos,
campanhas e eventos que lhe rendam marketing, mas não gostam de relacionamentos
interpessoais com medo de ficarem vulneráveis e serem descobertos, ou por
receio de tornarem-se meros mortais desgastando a auto-imagem. Encaram a Igreja
como platéia e o culto como um show onde a performance tem de sobressair.
3º Gostam de entradas triunfais, mas a saída tem de ser à francesa. Entram com a reunião começada e saem
com ela terminada. São espalhafatosos em sua apresentação pública, mas a saída
tem que ser de “fininho” para não correrem o risco de atender alguém. Gostam de
provocar expectativa em seus ouvintes para manter vivo o “mito” (valorização do
mensageiro em detrimento da mensagem).
4º Esbanjam muito carisma, mas na mesma proporção lhes falta caráter. São
de fácil comunicação e apresentação em público, mas é nos bastidores da vida
onde cai a máscara e é revelado a podridão do ser. Casamentos e famílias
falidas, vida financeira desregrada, politicagem eclesiática e secular à base
de troca de favores, são só alguns exemplos da desfaçatez de valores éticos
desses personagens.
5º Idolatram títulos eclesiásticos, não admitem serem chamados pelo nome. Sim senhor, não senhor, apóstolo,
bispo, pastor, reverendo é essencial se quiser manter um bom relacionamento com
“Sua Santidade”, caso contrário ficará relegado à indiferença ou serás
responsável por um surto de crise de identidade na celebridade gospel.
6º Nas assembléias disputam os primeiros assentos, manter a pose é
prioridade. Não lhe tome o
assento de honra. Ele é capaz de te expor, envergonhar, difamar e até brigar em
público para sair bem na foto.
7º Suas mensagens são sempre bombásticas, holofotes voltados pra si é
questão de sobrevivência. A
prédica deles mais se parece com produção “hollywoodyana”. Matrix, Jornada nas
estrelas, Ghost, parecem produções de fundo de quintal perto de suas
apresentações espetaculares. Não conseguem trafegar no normal (ordinário),
somente no bombástico (extra-ordinário) que cause admiração (frenesi) nos seus
espectadores.
8º Fazem de tudo para serem solicitados, mas o cachê tem de ser pré-combinado
e pré-depositado. Aqui, vale até
propaganda em rádio pirata. Tudo para a divulgação do “EUVANGELHO”. Mas nem
pense em recolher uma oferta voluntária após a reunião, que você está fadado a
ficar na mão.
9º Em suas preleções não faltam trilha musical, manipular emoções é
fundamental. Histeria é alvo
inegociável. Trilha sonora “Home Theater” manipulada por um sonoplasta com
aumento de volume nas frases de efeito e diminuição nos momentos de comoção,
fazem parte do show. Proporcionar uma reunião narcotizante, que mexa com as
emoções, e tire o povo da realidade diminuindo a capacidade de raciocinar nem
que seja por algumas horas, é sua especialidade.
10° Mostrtam zelo
excessivo com as ovelhas gordas, descaso total com as ovelhas magras. Preocupam-se com o sofrimento dos
irmãozinhos “empresários” que não tem quem lhes defenda, mas os irmãos mais
pobres que já são experimentados na fé, esses se viram sozinhos. Como diria o
“Justo Veríssimo”, personagem do Chico Anísio: “Eu quero que pobre se exploda!”.
A lista é sucinta para dar a oportunidade de interação àqueles que já observaram tais desvios e sintomas e querem colaborar com as constatações para ampliarmos as informações no combate a essa doença crônica...
A lista é sucinta para dar a oportunidade de interação àqueles que já observaram tais desvios e sintomas e querem colaborar com as constatações para ampliarmos as informações no combate a essa doença crônica...
Paulo Cheng
Paulo, o seu texto, escrito de forma que me leva a entender o seu conhecimento claro a respeito do que aborda, me faz de alguma maneira a refletir sobre tudo isso. E esse convite ao pensar talvez seja o que de melhor um bom texto pode nos propor. E esse texto consegue isso. Parabéns. Um grande abraço.
ResponderExcluirValeu pelo comentário PC, infelizmente o mundo evangélico já não é mais o mesmo, mas tem pessoas boas e honestas por lá.
ExcluirAbração.
Gostei da reflexão proposta aqui! abração,tudo de bom,chica
ResponderExcluirValeu Chica pelo comentário, abração.
ExcluirOi Paulo,
ResponderExcluirBoa reflexão! Tive decepções nesse seio, mas não deixei abalar a minha fé. Então procuro Deus e me afasto de religiosidade.
Bom feriado.
Isso é maturidade, já tive várias decepções no meio evangélico, mas hoje sei filtrar o que há de bom e o que é bíblico.
ExcluirAbraço Lu.
Puxa Chengão! Foi você quem escreveu?
ResponderExcluirO melhor texto que já vi aqui!
Parabens!
Grande Mansim, tinha o esboço desse texto, e como fazia tempo que não escrevia esses dias, resolvi terminar e postar por aqui.
ExcluirAbração pra ti.
Paulo, meu amigo de fé!
ResponderExcluirTexto muito bem escrito, você tem um tanto de franqueza sempre nos teus textos que acho muito positivo e raro hoje em dia.
Sinceramente, o que posso comentar além de que, em tese, concordo com tudo?
Excelente!
Abração para ti e a Michel!
Valeu Cissa, sempre tento expor todos os meus sentimentos em tudo o que escrevo, assim eles saem mais verdadeiros, mesmo que algumas pessoas discordem ou concordem, e falar sobre religiosidade é delicado, porém, necessário.
ExcluirAbraço pra ti.
Olá Paulo,
ResponderExcluirComo não curto carnaval estou aproveitando para curtir os blogs que gosto!
Mas que texto reflexivo amigo! Parabéns!
É triste mesmo constatar, seja em que meio religioso for, que as "ovelhas" se perdem em meio as facilidades e benefícios obtidos através da religiosidade. Uma pena, pois deveriam aproveitar a palavra e colocá-la em prática!
Abraços, Flávio.
Grande Flávio, é triste mesmo, virou um mercado religioso, onde a barganha e o custo benefício virou palavra de ordem.
ExcluirAbração.
Oi Cheng
ResponderExcluirMuito bom! Sabia que dentro de vc ainda existia um grande escritor! Só estava meio desanimado kkkkkkk. Infelizmente é a realidade do nosso meio, porque fazemos parte disso, porque somos cristãos não é?! Como disse o sábio Jorge Himitian em uma palestra que eu vi: "Eu não queria estar no lugar de Deus" kkkk. Ele vai julgá-los. Agora o termo Euvangelho, ficou muito bom kkkkk.
Bjos. para ti e para Michel! Fiquem com Deus!
Oi Lu, nem muito menos eu gostaria de estar no lugar de Deus, mas a justiça Divina com certeza será levada à cabo, e muitos desses falsos lideres irão pagar por seus desvios.
ExcluirAbração pra ti.
Pelo que li e pude entender deste artigo, o autor cita mais o "egoísmo" ou a "individualidade" de certos cristãos como um pecado que não deve ser seguido, como no trecho que diz que sentar na cadeira de honra é passível de punição. Mas a questão é que até nas casas e residências, alguém tem a sua cadeira que gosta de sentar e, se chegar uma visita, o visitante tem de perguntar se alguém já tem por costume sentar ali, porque imagina se quem senta ali é o dono da casa? Aí, meu amigo, a confusão estaria garantida! Outra coisa: todo Templo, instituição, organização religiosa, tem leis e regras. Qual empresa que não tem leis? Qual organização, instituição não tem regras? Porque só pelo fato de ser uma igreja não pode ter regras? E sobre querer ser chamado de bispo, pastor, missionário, senhor, isso é apenas uma questão de respeito. Exemplo: uma pai, na criação de seus filhos, diz: " se minha filha não me chamar de senhor, eu quebro seus dentes." É apenas uma questão de respeito que algumas instituições adotam como regras. Bispo tem que ser chamado de senhor. Pastor auxiliar pode ser chamado pelo nome, bispo auxiliar tem que ser chamado de bispo, e por aí vai. Mas toda instituição tem suas regras, até no Reino de Deus vão existir regras. Isso é normal, não é questão de pecado não. Pecado é se não tivesse regras, se fosse tudo bagunçado, desorganizado, "jogado às moscas".
ResponderExcluirmaisculturaenoticias.blogspot.com
jornalismoemfoco.blogspot.com
Ótimo artigo Paulo, inspirado por Deus!
ResponderExcluirNão consegui ainda conhecer nenhum evangélico q não se encaixe em todos os seus comentários. Gostaria de poder explicar isso a minha sogra q levou uma lavagem celebral e já deu quase tudo q tem pra Universal. Ela tá pra vender a casa. A última dela foi vender os 2 últimos ônibus q ainda tinha pra ver o templo de Salomão. Ninguém consegue tirar as coisas da mente dela.
ResponderExcluiré aí que se cumpre a profecia do profeta ezequiel 34 capitulo inteiro e joa 10 confiram !!!!!!
ExcluirOlá Cheng,
ResponderExcluirComecei a ler seu texto e fiquei feliz em saber que já lembrava dele, até porque eu já havia lido e comentado no início de 2013. Mas textos bons e reflexivos são assim, tem o poder de pararmos no tempo-espaço para analisarmos com calma.
Uma pena que a situação descrita em 2013 parece apenas ter se agravado em 2014. Muito oba-oba, muita gente posando de "santo", muita gente falando em Jesus mas colocando pouco ou nada dos seus ensinamentos em prática.
É meu caro, esse texto esta ainda mais atual!
Grande abraço.
Flávio Ribeiro