domingo, 4 de janeiro de 2015

Lifestyle de tolos



Sou de uma geração diferente, vivi minha adolescência nos efusivos e coloridos anos 80, e, como adolescente, provei um pouco do que o submundo das diversões poderiam oferecer, sim, beber, provar algumas drogas, noitadas em danceterias, mulheres de programas, enfim, sempre em dado momento, essas aventuras tendem a fazer parte da vida de cada jovem ou adolescente, e servem para, de uma forma ou outra, forjar o caráter das pessoas, seja para o lado bom ou ruim.

Bem, não quero comparar o meu tempo de adolescente e início da idade adulta com os tempos de hoje, muita coisa mudou,  para melhor e para pior, porém, detecto que, a ânsia juvenil permanece a mesma, ou mais visceral, que é a de se rebelar, de provar o proibido, de se aventurar por caminhos obscuros, de quebrar regras e paradigmas sociais, enfim, ser diferente e romper com a mesmice, com o lugar comum, ser jovem.

É normal jovens passarem por crises de identidade, estarem perdidos sem um rumo aparente, se influenciarem por determinado estilo de vida de alguns artistas ou rock stars, mas esses devaneios, na maioria das vezes desaparecem na velocidade de um sonrisal se desintegrando em um copo d’água, mas, tenho observado que, os parâmetros e paradigmas tidos por ‘caretas’ que, sempre nos orientam e redirecionam as nossas vidas para um caminho legal, têm perdido os seus devidos valores ou respeito por muitos jovens hoje em dia, e, devido à influencia seja de músicas, artistas, filmes, novelas, ou apelos da mídia televisiva ou cibernética, e, tais influências, têm arrastado incontáveis jovens a uma vida vazia, sem conteúdo, tola, como um lifestyle de tolos.

No último dia 31 de dezembro, trabalhei em um extra no réveillon em um evento na praia de Boa Viagem, aqui em Recife, houve atrações musicais, dentre elas, Monobloco, Alceu Valença, dentre outros, clima de festa, praia super lotada de pessoas, e, depois da queima de fotos, com a entrada da madrugada, o comportamento dos jovens era outro, não detectei nenhum que não estivesse com um litro de whisky, lata de cerveja ou uma caipirosca na mão, e, lá para as 3 da madruga, a bagaceira estava pronta, a galera não estava nem aí, sem pudor algum, esculachou mesmo, alguns tirando a roupa, garotas fazendo estripe-tease, as músicas que eram colocados por eles mesmo em sons portáteis com letras versando sobre putarias, enfim, e, mesmo eu sendo já super maduro e não mais me chocando com isso, tais cenas me fizeram remeter à minha adolescência e pude relembrar que, mesmo com alguns excessos no qual me dispus, a coisa não era tão esculachada assim, e havia ainda algum pudor a ser preservado em alguns de nós.

Onde isso vai parar, não sei, se a modernidade, os novos tempos cibernéticos e a ‘quebra de tabus’ têm levado as novas gerações a um estilo de vida diferente, resta saber se este novo estilo de vida adotado pela juventude está sendo benéfica, não para eu ou você que está de fora, mas para eles mesmos, que estão assimilando valores que, para alguns deles, é tido como legal, maneiro ou politicamente correto.


Paulo Cheng 

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