Como definir uma pessoa? Por uma conversa? Uma atitude?
Um comentário alheio? Como definir uma pessoa? Os seres humanos são complexos,
e possuímos sentimentos que brotam do âmago de nosso ser que nos fazem tomar
atitudes e agirmos de forma tão distinta em determinados momentos que, é
difícil definir com palavras o caráter de uma pessoa.
Somos um emaranhado de sentimentos difusos e antagônicos
que nos tornam bons e ruins, sentimentais e brutos, afáveis e insensíveis, e
por mais que queiramos agir de maneira branda em alguns momentos, há variáveis
internas e externas que nos forçam a agirmos e tomarmos atitudes muitas vezes
nobres ou inconsequentes.
Falando na primeira pessoa, não consigo me definir como
sendo uma pessoa sensata ou equilibrada, pois, em dado momento, tal sensatez e
equilíbrio me foge e ajo de forma totalmente oposta. Sou um amontoado de
emoções que tentam coabitar e coexistir de forma pacífica e harmônica, mas nem
sempre esta convivência se torna amigável, como frisei acima, variáveis internas
e externas tomam as rédeas e assumem a situação.
Em meu eu habita a bondade e a maldade, a sensatez e o disparate,
o bom senso e o descontrole, a serenidade e a ira. Consigo amar alguns, e
desprezar a outros, sou altruísta com alguns, e insensível com outros; sou
bipolar? Não. Sou inconstante? Também não. As nossas emoções são voláteis, na
maior parte do tempo mantemos a serenidade, contudo, há momentos no qual agimos
de uma forma que nos assombram tais atitudes, não porque somos instáveis
emocionalmente, mas justamente porque as nossas emoções agem numa gama de
possibilidades e nos mostram o quão complexo somos, e nessa complexidade está a
profundidade sentimental e emocional no qual fomos criados, caso agíssemos
sempre com serenidade em todas as circunstâncias, com certeza não seríamos
seres humanos, e sim robôs programados para não sentir emoções complexas.
Dentro de mim habitam muitos ‘eus’, ora sou legal, ora
birrento, ora sou compreensivo, ora sou intolerante, e nessa gama de emoções
antagônicas e difusas, tento manter a sobriedade e usar cada emoção com certo
nível de controle e coerência, o que muitas vezes não funciona. Quem nunca
saltou de alegria e bradou um grito altissonante de júbilo deixando todos
atônitos ao seu redor? E quem nunca teve um dia de fúria, no qual deixou
extravasar toda a sua insatisfação e descontentamento? Sim, somos um
conglomerado de ‘eus’ dentro de um só eu, e nesse misto de emoções e
sentimentos divergentes e paradoxais, somos no final de tudo uma pessoa, dentro
de várias pessoas.
Paulo Cheng
Olá Paulo.
ResponderExcluirQue bom estar aqui e ler este lindo texto que de alguma forma me leva a filosofar.
Na verdade não somos cem por cento bons ou maus, afinal somos humanos e falhos. Cabe a nos tentar equilibrar estas emoções caso contrario a vida vira um caos. Este texto te mostra como és e em minha opinião sua transparência é visível, engraçado não é? Mas sim consigo te ver sem mascaras, sem mimimi e tudo o mais. A pessoa tem todos estes sentimentos dentro de si, os maus ela tenta esconder. Não há como sermos bons o tempo todo, é quase que impossível. Penso que estamos neste mundo para sermos felizes e que a felicidade não vem depois e sim agora, mas para que isso aconteça não podemos deixar de ser quem somos com falhas e acertos, mas ainda um ser humano em evolução.
Beijos fraternos.
Verinha.