quinta-feira, 14 de abril de 2016

Meus muitos 'eus'

Como definir uma pessoa? Por uma conversa? Uma atitude? Um comentário alheio? Como definir uma pessoa? Os seres humanos são complexos, e possuímos sentimentos que brotam do âmago de nosso ser que nos fazem tomar atitudes e agirmos de forma tão distinta em determinados momentos que, é difícil definir com palavras o caráter de uma pessoa.


Somos um emaranhado de sentimentos difusos e antagônicos que nos tornam bons e ruins, sentimentais e brutos, afáveis e insensíveis, e por mais que queiramos agir de maneira branda em alguns momentos, há variáveis internas e externas que nos forçam a agirmos e tomarmos atitudes muitas vezes nobres ou inconsequentes.


Falando na primeira pessoa, não consigo me definir como sendo uma pessoa sensata ou equilibrada, pois, em dado momento, tal sensatez e equilíbrio me foge e ajo de forma totalmente oposta. Sou um amontoado de emoções que tentam coabitar e coexistir de forma pacífica e harmônica, mas nem sempre esta convivência se torna amigável, como frisei acima, variáveis internas e externas tomam as rédeas e assumem a situação.


Em meu eu habita a bondade e a maldade, a sensatez e o disparate, o bom senso e o descontrole, a serenidade e a ira. Consigo amar alguns, e desprezar a outros, sou altruísta com alguns, e insensível com outros; sou bipolar? Não. Sou inconstante? Também não. As nossas emoções são voláteis, na maior parte do tempo mantemos a serenidade, contudo, há momentos no qual agimos de uma forma que nos assombram tais atitudes, não porque somos instáveis emocionalmente, mas justamente porque as nossas emoções agem numa gama de possibilidades e nos mostram o quão complexo somos, e nessa complexidade está a profundidade sentimental e emocional no qual fomos criados, caso agíssemos sempre com serenidade em todas as circunstâncias, com certeza não seríamos seres humanos, e sim robôs programados para não sentir emoções complexas.


Dentro de mim habitam muitos ‘eus’, ora sou legal, ora birrento, ora sou compreensivo, ora sou intolerante, e nessa gama de emoções antagônicas e difusas, tento manter a sobriedade e usar cada emoção com certo nível de controle e coerência, o que muitas vezes não funciona. Quem nunca saltou de alegria e bradou um grito altissonante de júbilo deixando todos atônitos ao seu redor? E quem nunca teve um dia de fúria, no qual deixou extravasar toda a sua insatisfação e descontentamento? Sim, somos um conglomerado de ‘eus’ dentro de um só eu, e nesse misto de emoções e sentimentos divergentes e paradoxais, somos no final de tudo uma pessoa, dentro de várias pessoas.



Paulo Cheng







Um comentário:

  1. Olá Paulo.

    Que bom estar aqui e ler este lindo texto que de alguma forma me leva a filosofar.
    Na verdade não somos cem por cento bons ou maus, afinal somos humanos e falhos. Cabe a nos tentar equilibrar estas emoções caso contrario a vida vira um caos. Este texto te mostra como és e em minha opinião sua transparência é visível, engraçado não é? Mas sim consigo te ver sem mascaras, sem mimimi e tudo o mais. A pessoa tem todos estes sentimentos dentro de si, os maus ela tenta esconder. Não há como sermos bons o tempo todo, é quase que impossível. Penso que estamos neste mundo para sermos felizes e que a felicidade não vem depois e sim agora, mas para que isso aconteça não podemos deixar de ser quem somos com falhas e acertos, mas ainda um ser humano em evolução.
    Beijos fraternos.
    Verinha.

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