Photo by Paulo Cheng |
No
último domingo (15/01), por volta das 18:30, no trajeto para o
trabalho, parei em um posto de gasolina, o mesmo no qual abasteço já
há alguns anos, e enquanto estava ao lado da bomba, fui surpreendido
com uma arma na cabeça, era um assalto, por sorte, e também
proteção divina, não sofri um mal pior, e só levaram o meu
celular, depois um misto de raiva e alívio me sobreveio, e depois do
ocorrido, inúmeros pensamentos inundaram minha mente.
Passar
por uma situação dessas não é brincadeira, pois diante da tensão,
não sabemos como será o desfecho, pois, como cotidianamente estamos
a ver nos noticiários, pessoas que sofrem assaltos, mesmo sem
reagir, morrem de graça, pelo puro e simples prazer doentio que há
em alguns bandidos, é o deleite em fomentar o mal, em ver vidas
sendo ceifadas, e tudo isso por causa de um bem material
insignificante, ou por vezes, por pura maldade.
As
nossas vidas transcorrem sempre dentro de um limiar tênue, viver e
morrer é uma questão de detalhes, não sabemos quando aquela
senhora indesejada, vestida de preto e com uma foice na mão baterá
a nossa porta e, sem ser convidada, adentrará abruptamente, sentando-se em nossa sala de estar. Hoje acordamos bem e com um sorriso nos
lábios, e seguimos para a nossa rotina, contudo, não sabemos o que
o acaso nos reservará, se voltaremos para os nossos lares sãos ou
adentraremos em um plano além do terreno, onde a ação natural mais
antinatural que existe, que é a morte, virá de encontro a nós, num encontro
jamais anelado por qualquer um.
Diante
de tal fato, urge redimensionarmos as prioridades de nossas vidas,
pois os planos, projetos e anelos, muitas vezes não passarão de
esboços que mal se iniciarão, ou serão interrompidos á fórceps. A
fina fatia existencial denominada vida é fugaz, e nesse hiato, não
são as conquistas e vitórias que farão a diferença, e sim a forma
e disposição no qual encaramos a vida que será relevante.
Trabalhar, planejar, amealhar, e se esforçar para se ter uma vida
melhor, labutando diariamente pela subsistência é importante e
necessário, contudo, não devemos investir todos os nossos esforços
somente nisso, o que adianta ao homem ganhar o mundo todo e perder a
sua alma? Já vaticinara a palavra de Jesus na Bíblia, então há
coisas no qual devemos sim mergulhar de cabeça, que é fomentar a
arte da contemplação pelo belo, praticar esportes, apreciar boa
música, passear descompromissadamente pela beira da praia, viajar,
fotografar, aprender a tocar um instrumento, ler inúmeros livros,
assistir vários filmes, passar horas vendo as ondas do mar e
meditando, enfim, fazer coisas que, à princípio seriam
insignificante para alguns, mas que no fundo, resgata a nossa
humanidade e nos dá qualidade de vida, essas são as coisas que nos
elevam a um patamar de sublimidade e humanização pois, a vida é
efêmera, e talvez não haja tempo mais para isso, pois, quanto tempo
ainda nos resta? Vivamos, em plenitude e intensidade, como se não
houvesse amanha, vivamos.
Paulo
Cheng
Puxa, que situação angustiante.Ainda bem estás aqui pra escrever e realmente isso nos faz ver o quão tênue é a vida.... Graças ,heim? Que coisa, nossa segurança cada dia pior! abração praiano,chica
ResponderExcluirRejane querida, realmente uma experiência horrível, mas que estamos sujeitos a passar por ela, pois vivemos em um país entregue à violência, grato pelo seu comentário, beijão do Cheng.
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