quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

No limiar entre a vida e a morte

Photo by Paulo Cheng
No último domingo (15/01), por volta das 18:30, no trajeto para o trabalho, parei em um posto de gasolina, o mesmo no qual abasteço já há alguns anos, e enquanto estava ao lado da bomba, fui surpreendido com uma arma na cabeça, era um assalto, por sorte, e também proteção divina, não sofri um mal pior, e só levaram o meu celular, depois um misto de raiva e alívio me sobreveio, e depois do ocorrido, inúmeros pensamentos inundaram minha mente.


Passar por uma situação dessas não é brincadeira, pois diante da tensão, não sabemos como será o desfecho, pois, como cotidianamente estamos a ver nos noticiários, pessoas que sofrem assaltos, mesmo sem reagir, morrem de graça, pelo puro e simples prazer doentio que há em alguns bandidos, é o deleite em fomentar o mal, em ver vidas sendo ceifadas, e tudo isso por causa de um bem material insignificante, ou por vezes, por pura maldade.


As nossas vidas transcorrem sempre dentro de um limiar tênue, viver e morrer é uma questão de detalhes, não sabemos quando aquela senhora indesejada, vestida de preto e com uma foice na mão baterá a nossa porta e, sem ser convidada, adentrará abruptamente, sentando-se em nossa sala de estar. Hoje acordamos bem e com um sorriso nos lábios, e seguimos para a nossa rotina, contudo, não sabemos o que o acaso nos reservará, se voltaremos para os nossos lares sãos ou adentraremos em um plano além do terreno, onde a ação natural mais antinatural que existe, que é a morte, virá de encontro a nós, num encontro jamais anelado por qualquer um.


Diante de tal fato, urge redimensionarmos as prioridades de nossas vidas, pois os planos, projetos e anelos, muitas vezes não passarão de esboços que mal se iniciarão, ou serão interrompidos á fórceps. A fina fatia existencial denominada vida é fugaz, e nesse hiato, não são as conquistas e vitórias que farão a diferença, e sim a forma e disposição no qual encaramos a vida que será relevante. Trabalhar, planejar, amealhar, e se esforçar para se ter uma vida melhor, labutando diariamente pela subsistência é importante e necessário, contudo, não devemos investir todos os nossos esforços somente nisso, o que adianta ao homem ganhar o mundo todo e perder a sua alma? Já vaticinara a palavra de Jesus na Bíblia, então há coisas no qual devemos sim mergulhar de cabeça, que é fomentar a arte da contemplação pelo belo, praticar esportes, apreciar boa música, passear descompromissadamente pela beira da praia, viajar, fotografar, aprender a tocar um instrumento, ler inúmeros livros, assistir vários filmes, passar horas vendo as ondas do mar e meditando, enfim, fazer coisas que, à princípio seriam insignificante para alguns, mas que no fundo, resgata a nossa humanidade e nos dá qualidade de vida, essas são as coisas que nos elevam a um patamar de sublimidade e humanização pois, a vida é efêmera, e talvez não haja tempo mais para isso, pois, quanto tempo ainda nos resta? Vivamos, em plenitude e intensidade, como se não houvesse amanha, vivamos.



Paulo Cheng 

2 comentários:

  1. Puxa, que situação angustiante.Ainda bem estás aqui pra escrever e realmente isso nos faz ver o quão tênue é a vida.... Graças ,heim? Que coisa, nossa segurança cada dia pior! abração praiano,chica

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Rejane querida, realmente uma experiência horrível, mas que estamos sujeitos a passar por ela, pois vivemos em um país entregue à violência, grato pelo seu comentário, beijão do Cheng.

      Excluir

Olá queridos, você está em meu site, o paulocheng.com, um espaço onde eu escrevo e posto minhas impressões, meus devaneios, minhas inspirações e sandices, desde já agradeço pelo acesso, lembrando que você não é obrigado a comentar, pois não há uma obrigatoriedade ou imposição, caso você não ache interessante ou esteja com preguiça, não tem problema, o que quero aqui é o prazer acima de qualquer coisa, e não obrigatoriedade, ok? Que Deus possa te abençoar em Cristo Jesus.