Photo by Paulo Cheng |
Na vida só temos uma certeza: nascemos e morremos. E muitas vezes não
há tempo para envelhecermos, pois essa sequência natural muitas vezes é
interrompida abruptamente por motivos alheios à nossa vontade, pois as
imprevisibilidades da existência sempre nos espreita em cada esquina escura e
erma, e de sobressalto, nos prega uma peça na qual não esperamos, viver é
sempre impreciso.
Os mecanismos que regem o porvir nem sempre seguem uma linearidade
matemática, nem sempre o que planejamos será concretizado, mesmo que nos
dediquemos ao máximo em tais planos, dentre planejar e ver a concretização há
um abismo infindo.
Os antagonismos existenciais recheiam o nosso cotidiano, nem sempre os
dias são ensolarados, e as noites estreladas. As calamidades sempre um dia
baterão as nossas portas, e o dia mal sempre irá nos alcançar. As decepções
também se fazem presentes, e as frustrações sempre adentrarão em nossas festas,
como convidados penetras; um dia sentiremos uma punhalada nas costas de um
amigo querido, ou sofreremos decepção de nossos pais ou filhos.
O fato de não sabermos os desdobramentos do futuro nos perturba, as
incógnitas do porvir nos imergem em um mar de interrogações, o que nos envolve
numa redoma de incertezas, e as dúvidas nos causam insegurança. Os trilhos nos
quais se desenrolam desdobramentos da vida não são inexoráveis, são sim
voláteis e instáveis, somos meras marionetes das imprevisibilidades existenciais,
e por mais que tenhamos status social, condição financeira ou gozemos de boa
saúde, de uma hora pra outra poderemos ser arrancados de nossa zona de conforto
e jogados em uma zona de conflito, a nossa frágil estabilidade na verdade não
passa de um fio tênue que separa a vida da morte, a saúde da doença, a alegria
da tristeza, a bonança da escassez, na vida a única estabilidade que existe é a
certeza de que, para morrer basta estar vivo.
Viver será sempre um exercício imprevisível, talvez tal incerteza sobre
os fatos e acontecimentos futuros seja algo positivo, pois, caso soubéssemos o
que ocorreria no porvir talvez não fosse tão empolgante ou emocionante, e
provavelmente haveria uma monotonia caso todos os desdobramentos da vida fossem
antecipados, não obstante, o medo do desconhecido sempre dará um frio na
barriga, e os enigmas que circundam o amanhã sempre nos deixará irrequietos, no
mais, o fluxo existencial prossegue o seu itinerário e sempre o nosso viver
será impreciso.
Paulo Cheng
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