quinta-feira, 13 de julho de 2017

Viver impreciso

Photo by Paulo Cheng 
Na vida só temos uma certeza: nascemos e morremos. E muitas vezes não há tempo para envelhecermos, pois essa sequência natural muitas vezes é interrompida abruptamente por motivos alheios à nossa vontade, pois as imprevisibilidades da existência sempre nos espreita em cada esquina escura e erma, e de sobressalto, nos prega uma peça na qual não esperamos, viver é sempre impreciso.

Os mecanismos que regem o porvir nem sempre seguem uma linearidade matemática, nem sempre o que planejamos será concretizado, mesmo que nos dediquemos ao máximo em tais planos, dentre planejar e ver a concretização há um abismo infindo. 

Os antagonismos existenciais recheiam o nosso cotidiano, nem sempre os dias são ensolarados, e as noites estreladas. As calamidades sempre um dia baterão as nossas portas, e o dia mal sempre irá nos alcançar. As decepções também se fazem presentes, e as frustrações sempre adentrarão em nossas festas, como convidados penetras; um dia sentiremos uma punhalada nas costas de um amigo querido, ou sofreremos decepção de nossos pais ou filhos.


O fato de não sabermos os desdobramentos do futuro nos perturba, as incógnitas do porvir nos imergem em um mar de interrogações, o que nos envolve numa redoma de incertezas, e as dúvidas nos causam insegurança. Os trilhos nos quais se desenrolam desdobramentos da vida não são inexoráveis, são sim voláteis e instáveis, somos meras marionetes das imprevisibilidades existenciais, e por mais que tenhamos status social, condição financeira ou gozemos de boa saúde, de uma hora pra outra poderemos ser arrancados de nossa zona de conforto e jogados em uma zona de conflito, a nossa frágil estabilidade na verdade não passa de um fio tênue que separa a vida da morte, a saúde da doença, a alegria da tristeza, a bonança da escassez, na vida a única estabilidade que existe é a certeza de que, para morrer basta estar vivo.


Viver será sempre um exercício imprevisível, talvez tal incerteza sobre os fatos e acontecimentos futuros seja algo positivo, pois, caso soubéssemos o que ocorreria no porvir talvez não fosse tão empolgante ou emocionante, e provavelmente haveria uma monotonia caso todos os desdobramentos da vida fossem antecipados, não obstante, o medo do desconhecido sempre dará um frio na barriga, e os enigmas que circundam o amanhã sempre nos deixará irrequietos, no mais, o fluxo existencial prossegue o seu itinerário e sempre o nosso viver será impreciso.






Paulo Cheng

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