domingo, 28 de janeiro de 2018

O árduo mister do relacionamento

Imagem extraída da intenet
 Uma das tarefas mais complexas para os seres humanos são as relações interpessoais, relacionar-se bem é deveras uma arte, e são poucos os que dominam tal façanha. O ser humano possui uma intelectualidade intrincada, está no topo da cadeia dos seres vivos, e por possuir uma inteligência superior aos demais seres, os relacionamentos deveriam fluir de maneira serena e plácida, pautada na reciprocidade e respeito mútuo, contudo, as rusgas e indiferenças saturam tal convívio, e paradoxalmente, quanto mais adulto nos tornamos, mais ineptos nos portamos no trato para com os outros.

 Os mecanismos que regem os meandros de nossa mente são de uma complexidade infinda, e as nossas emoções são voláteis, reagimos aos estímulos de acordo com o momento, alguns recebem altos impactos emocionais de forma serena, já outros, à mais simples comoção, se desestrutura física e emocionalmente. Somos instáveis no campo da emoção, e nosso humor flutua como um pêndulo, e diante desta flutuabilidade emocional, cultivamos relações tracejadas na volubilidade emotiva, ora somos compassivos, ora irascível, ora destilamos afabilidade, ora animosidade, somos um pêndulo sentimental.

Nos relacionamentos não existe a tal fórmula mágica pra uma boa convivência, nem muito menos relações isentas de rusgas ou desentendimentos, um relacionamento que sempre está às mil maravilhas se faz necessário momentos tensão para que amadureçamos em meio aos desertos existenciais, já relacionamentos que estejam imergidos em aflição e inquietude, estão adoecidos e fadados a um rompimento à médio ou longo prazo.

Paradoxalmente, os adultos mantêm seus relacionamentos numa dicotomia de amor e ódio, empatia e apatia, ternura e rispidez, sabemos agradar quando queremos, e destilar farpas quando necessário, usamos de benevolência e piedade quando nos apraz, e intolerância e aversão quando aviltados. Sabemos perdoar, mas também nos deleitamos no revide, exsudamos amor aos que estimamos, e denotamos cólera aos que nos frustram.

A arte do relacionar-se bem requer sabedoria, paciência e, como um bom artífice, talento de sobra. Saber escutar, se doar intensamente sem esperar a contrapartida do retorno, se colocar no lugar do outro, e amar incondicionalmente o seu próximo parecem mecanismos impossíveis e até retrógrados nos relacionamentos interpessoais modernos, em um mundo globalizado onde os interesses pessoais sobrepujam o valor da amizade ou de quaisquer outras formas de convívios, o desapreço pelo ser humano sempre transcende os valores e deleites de uma verdadeira comunhão, somos seres que nascemos com a necessidade intrínseca de nos relacionarmos, contudo, ainda estamos caminhando lentamente e de forma medieval no que tange a nos relacionarmos bem, e nesse complexo e antagônico desejo de nos relacionar, seguimos em frente amando e odiando, como legítimos seres humanos.




Paulo Cheng 

Um comentário:

  1. Relacionamentos são complicados e é uma bela arte essa da vida... Conviver, ter amigos, parceiros, requer mesmo sabedoria e cumplicidade! Gostei de ler! abraços, chica

    ResponderExcluir

Olá queridos, você está em meu site, o paulocheng.com, um espaço onde eu escrevo e posto minhas impressões, meus devaneios, minhas inspirações e sandices, desde já agradeço pelo acesso, lembrando que você não é obrigado a comentar, pois não há uma obrigatoriedade ou imposição, caso você não ache interessante ou esteja com preguiça, não tem problema, o que quero aqui é o prazer acima de qualquer coisa, e não obrigatoriedade, ok? Que Deus possa te abençoar em Cristo Jesus.