domingo, 14 de outubro de 2018

Democracia: o embate por dias melhores

Imagem extraída da internet

Os relacionamentos interpessoais sempre foram pautados por infindas discrepâncias, amor e ódio, paz e guerra e respeito e desapreço sempre foram os ingredientes de tal fórmula, conviver bem e saber se relacionar ainda é uma tarefa hercúlea, uma tarefa varonil, pois os mecanismos que regem tal incumbência são por demais complexos, não obstante, ainda é um sonho de consumo anelado por muitos, viver em paz e resguardando as diferenças.


Atualmente em nossa sociedade brasileira, estamos vivenciando um fenômeno atípico, e que traz em seu bojo inúmeros elementos igualmente complexos e relevantes para entendermos quais fenômenos regem o comportamento dos brasileiros neste momento. Atravessamos um pleito eleitoral que, por si só já podemos considerá-lo um dos mais importantes, se não o mais importante de nossa recente história política, onde os ânimos estão exaltados, as opiniões ácidas, e os nervos a flor da pele, a situação sócio-política do Brasil chegou num patamar que beira a uma guerra civil, se já não estamos.


A situação do Brasil não é das melhores, desempregados na casa dos 20 milhões, uma violência endêmica e desenfreada, instituições públicas sem credibilidade, uma mídia submissa ao estamento político-burocrático, políticos que há décadas se aproveitam dos seus cargos para dilapidarem a nação através de roubalheira, desvio do erário e tráfico de influência, hospitais sucateados, presídios superlotados e que são escolas do crime, uma moeda fraca sem poder de compra que é o real, uma carga insuportável de impostos em cima da população no qual trabalhamos 5 meses por ano para sustentar um estado inchado e inócuo, além de bancarmos as benesses e a vida nababesca de políticos que estão literalmente se lixando para nós, um país que, em termos gerais é o mais rico do planeta, mas que está dentre os mais pobres e subdesenvolvidos do planeta, diante de tal exposição, sucinta diga-se de passagem, se explica uma revolta generalizada da sociedade, talvez isso explique tal comportamento hostil e saturado de desejo de mudança.


Diante de tal efervescência sócio-política, os ânimos estão pra lá de exaltados, em parte fruto dessa indignação e esse sentimento de querer uma mudança, mas neste processo, os extremos e a falta de respeito pelas predileções e escolhas alheias não estão sendo resguardadas, com isso, uma guerra que deveria se travar somente no campo ideológico, traspassa as muralhas dos ideais e adentram o campo do xingamento verbal e físico. A maturidade deveria saturar os embates ideológicos dentro de uma sociedade, mas sabemos que, alguns ideais e ideologias que prometem tirar o homem de um estado de atraso sócio-econômico e intelectual, para a sua implantação já causaram milhões de mortes, torturas e submissão total da população para serem disseminadas, e ainda tais ideologias utópicas como o socialismo/comunismo ainda assombram as sociedades hodiernas.


Essas eleições de 2018 no Brasil mostraram que a população é bipolarizada, onde tal bipolarização mostra quantos optam naturalmente pelo viés conservador e de direita, e a outra parte ainda anelando pelo sonho da revolução do proletariado socialista almejando uma sociedade perfeita, além desta bipolarização, o pleito nos mostra que os mecanismos que regem a nossa política são por demais complexos, e boa parte da população desconhece os meandros que tecem essa teia enigmática e nefasta chamada política brasileira, e por desconhecerem tais ferramentas, tentam opinar nas redes sociais, muitos tentando defender o indefensável, outros visualizando somente a ponta do iceberg, e o desconhecimento das regras do jogo levam a discussões acaloradas inúteis, pois os que realmente se aprofundaram nos meandros do conhecimento deste sistema podre que é a nossa política sabem entrar e sair de uma discussão com intrepidez e elegância, além de manter o auto-controle.


Os tempos são difíceis e o embate não é tão somente entre os antagonismos de duas ideologias políticas, mas entre os rumos de uma nação exaurida pela corrupção e roubalheira protagonizada por políticos canalhas que em nada tem compromisso com a população, e no meio do olho do furação, está uma população que luta com as poucas armas que tem para tentar colocar a nação nos trilhos do desenvolvimento e de dias melhores.



Paulo Cheng

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