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Bem, essa alegoria acima é algo reducionista e um parâmetro para que
possamos entender algo tão complexo como é o tempo e a eternidade, e em relação
ao homem, aí conseguimos ter um pouco mais de noção sobre tempo, existência e
finitude, pois em relação ao tempo e espaço, somos finitos, e a nossa
existência é algo ínfimo e temporal. A fina fatia de tempo no qual estamos
inseridos é denominada vida, e sabiamente a Bíblia descreve em seu Salmo 90:10
“Os dias da nossa vida chegam a setenta anos, ou, em
havendo vigor, a oitenta anos, neste caso, o melhor deles é canseira e enfado,
pois tudo passa rapidamente e nós voamos.”
O grande nó górdio da humanidade é o temor da
morte, não somente pelo fato de se despedir desta vida, mas também em parte
pela inquietação e incerteza em relação ao post mortem, o porvir causa calafrios
em muitos, e diante disso, nos apegamos a esta existência como um filhote
famélico agarrado ao seio de sua mãe na hora da amamentação, pois a vida, por
mais contingências e dissabores que possam permeá-la, está entranhada
intrinsecamente em cada DNA de nosso corpo e alma, e o medo de nos despedirmos
dela é algo que ainda nos causa perturbação e insônia.
Quais as vigas mestras no qual estão alicerçadas a
nossa vida? Quais pilares nos mantêm ainda respirando? Qual o sustentáculo que
ainda sustém o fino cordão existencial de nossas vidas? Somos frágeis, efêmeros
e fugazes, por mais estabilidade financeira, física, emocional ou espiritual
que possamos ter, as nossas vidas estão por um fio, e em fração de segundos uma
fatalidade pode nos ceifar de forma abrupta, e uma doença pode abreviar a nossa
estada neste lindo planeta água. A morte, o fenômeno natural mais antinatural
que existe, nos espreita a cada esquina, e a cada nano segundo que se passa,
rumamos inexoravelmente em sua direção, e não adianta tentarmos lutar contra a
inexorabilidade do tempo, fazendo intervenções cirúrgicas para amenizar os
sinais do tempo, submergindo em dietas mirabolantes anti-idade, ou tentando
encontrar o elixir da eterna juventude peterpaniana, um dia teremos um encontro
com o inevitável, o momento derradeiro, o compromisso inadiável.
Diante de tal constatação, a consciência de que,
cada momento que estamos vivenciando pode ser o derradeiro, deve ser lúdico, e
nos conduzir a priorizarmos essencialidades, a revermos trivialidades, e a
optarmos por imprescindibilidades. Que o nosso coração não esteja fincado no
efêmero, que a nossa alma não esteja imergida no transitório, e que o nosso
espírito não gravite em torno do temporário. Que a cada momento possamos
cultivar sementes que desabrocharão para o porvir, que as nossas ações não
estejam saturadas de mesquinhez ou frivolidade, mas de valores éticos, morais e
atemporais, que a nossa breve e momentânea passagem por esta existência se
paute em uma vida inspiradora, que agregue valores, e o nosso legado possa
inspirar e redirecionar as gerações subsequentes, e que nossa passagem por aqui
não caia em esquecimento por ter sido uma vida infrutífera e trivial, mas que o
nosso legado possa atestar de que, não vivemos em vão.
Paulo Cheng
Muito lindo esse texto e sua profundidade! Realmente temos que pensar nisso e encarar cada dia do melhor modo, curtir, fazer o bem, tratar bem, pois podemos não mais tempo ter! abração,chica
ResponderExcluirMuito grato querida Rejane, abração pra ti.
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