sexta-feira, 30 de março de 2012

Mandela: ícone da liberdade contra o racismo

O racismo é um sentimento excludente que, infelizmente, está insuflado em todas as sociedades desde as mais primitivas.
A história da raça humana está maculada por esse sentimento nefasto que, ao longo dos anos, décadas e séculos, está longe de ser erradicado.

O racismo é um sentimento que mina o respeito mútuo, feri os direitos humanos, suscita o ódio e o rancor, conspira contra o amor e cria no ser humano um pseudo sentimento de superioridade em relação ao outro por causa da cor da pele, da religião, da cultura e as diferenças étnicas.
Em nome do racismo, a violência assolou nações, guerras dizimaram povos, os direitos humanos foram tolhidos em muitas sociedades, sonhos desfizeram-se e vidas, muitas vidas, foram ceifadas.

A gênese do racismo provém de um coração desprovido de amor, que despreza o seu próximo e estabelece parâmetros e valores onde um certo grupo de pessoas, em detrimento de outras, se consideram superiores e melhores em virtude de algumas diferenças externas e efêmeras.
Ao longo de nossa história, muitos foram os reis, imperadores, príncipes, governadores e ditadores que, em nome desses valores deturpados e vis, subjugaram povos, minorias, tribos e até nações em nome do racismo e da discriminação.

Um dos exemplos mais expressivos que temos na nossa história foi protagonizado por Adolf Hitler nas décadas de 30 e 40.
Em 1933, quando Hitler estava preso por insurgência pelo fato de pertencer ao recém formado partido Nazista e por conspirar contra o governo da Alemanha de então, ele escreveu “Mein Kempf (minha luta)”, onde flui de um coração insano e perverso, o desejo de ver dizimado povos e raças que considerava subumanas e indignas de viver devido às suas crenças, cor da pele e cultura e na contrapartida anelava por ver uma minoria que era o povo germânico ser exaltado como um povo superior aos demais onde os denominavam como “raça ariana”.

O resultado desses ufanismos insanos foi a culminação de uma Segunda Guerra Mundial, países destroçados física e economicamente e milhões de vidas ceifadas em nome do racismo e do preconceito.
Depois de toda essa monstruosidade detonada por um homem só, a humanidade não se interiorizou, não repensou seus valores, não se humanizou o suficiente e o racismo, como câncer localizado que logo transformasse em metástase e corroi o resto do organismo, infiltrou-se em outras sociedades e continuou a macular ainda mais nossa história.

Nos Estados Unidos, as décadas de 20 e 30 em diante foram marcadas por tipo de discriminação que é a mais letal e que dói fundo na alma, o racismo. Os negros eram tratados como sub-raça. A discriminação, o ódio e o rancor estiveram presentes no cotidiano deste povo onde seus direitos, planos e sonhos foram aviltados de forma abrupta e absurda e vidas foram destruídas em suas dignidades.
As pessoas americanas (não todas) não conseguiam enxergar que, por debaixo da fina camada de pele negra, as pessoas iguais umas as outras, que nutriam os mesmos sonhos, desejos e que eram criaturas formadas com o mesmo amor pelo Criador de todas as coisas, Deus.

A intolerância foi tanta que a voz reprimida explodiu no peito do pastor Batista Martin Luther King e ele foi às ruas para exigir seu direito de viver em liberdade e paz não obstante a cor de sua pele.
Na África do Sul a situação não era diferente e os negros sofriam perseguições e atrocidades sem precedentes. E, à semelhança de Martin Luther King na América, se levanta, entre outros, o jovem Nelson Mandela pela luta dos direitos humanos.

Mandela, na sua luta gloriosa contra o Apartheid (segregação racial), foi torturado e preso e condenado a prisão perpetua mas passou um período de 27 preso. No inicio da década de 90 Mandela foi solto, mas a sua luta não tinha sido em vão. Em 1994 se tornou o primeiro presidente negro da África do Sul.
Hoje, este heroi dos direitos humanos, no alto dos seus 92 anos, é um belo exemplo de dignidade, hombridade, coragem e esperança de um mundo solidário e pacifico.

A vida de Nelson Mandela é um exemplo de que vale a pena lutar para construir um mundo melhor, onde as diferenças etno-raciais e a fina camada de pele branca ou negra deveriam servir de louvor e graça por um Deus que primou pela diversidade entre a coroa de sua criação: o homem.


Paulo Cheng

16 comentários:

  1. Chengão meu amiguim marélim!!!! Puta texto esse hein!
    Parabens pela pesquisa e informações que trouxe aqui pra gente. Maravilhoso. Seu melhor texto desde que você completou o primeiro dia de vida!

    Muito, muito bom!

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  2. Ótimo teres levantado este tema! Muito obrigada pelo texto tão interessante e recheado de informação!

    Ultimamente tenho parado muito para pensar a respeito do assunto racismo... e, também... quer dizer, talvez principalmente, sobre a questão "preconceito".

    É impressionante a falta de amor que está acontecendo entre os seres humanos. O quanto a competição desenfreada, o egoísmo e o individualismo estão na moda.

    Mas o racismo, com certeza, talvez seja o responsável pelas piores atrocidades acontecidas na história do homem.

    Por outro lado, eu não gosto muito da palavra “tolerância”. Porque quem tolera está apenas prestando um favor. Não está, necessariamente, aceitando o diferente como fazendo parte da humanidade.

    Já o preconceito é algo que coloca alguém em julgamento. Que coloca um ser sob o jugo de outro que se crê em vantagem e melhor.

    Racismo e preconceito, assuntos para serem pensados, conversados e, principalmente, combatidos.

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  3. Mandela foi um grande! Acho que só o fato de mencionar MANDELA, um arrepio de emoção passa pelo corpo. Tão grande como ele foi o grande Luther King!

    T.S. Frank
    www.cafequenteesherlock.blogspot.com

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  4. Paulo, esse é daqueles textos que agente ler e tem vontade de ler outra vez. Você assim carimba, se me permite dizer, a sua categoria de fonte criadora de publicações de primeira linha. Só precisaria citar Mandela para perceber a riqueza de texto que seria, mas você foi além. Meus cumprimentos, aplausos e reconhecimento ao belo texto que aqui acabei de ler. Se me permite acrescentar: Os elogios que faço, não faço por querer parecer gentil ou coisa parecida. Penso que já me conhece o bastante, não como blogueiro, mas como fiel leitor do seu blog, para perceber que não é do meu feitio fazer elogios falsos, mas com a emoção que faz brotar a verdade das palavras. Um grande abraço.

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  5. Valeu pessoal pelos comentários, esse texto eu estava inspirado, eu o escrevi no ano passado e postei por aqui, mas acho que ninguém lembra, e na época só havia um comentário, mas ai fucei nos arquivos dos textos antigos e achei melhor postar novamente, pois é uma homenagem ao Mandela, um homem que nos inspira a sermos melhores seres humanos, e o mundo precisa de homens como ele, que acreditam em causas humanitárias, ou melhor, acreditam no amor.

    Abração pra todos.

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  6. Macedo da Silva, Natal, RN.

    Ufa, fiquei sem fôlego ao ler e reler este texto, como disse o André acima, talvez o seu melhor texto, estava inspirado, mas falar de Nelson Mandela é algo que nos faz escrever com prazer e inspiração. Mandela foi um dos poucos homens que entendeu na pele o que é ser perseguido e fez dessa perseguição um combustível para lutar contra todo o preconceito que esmagou milhares na África. O seu exemplo foi de tanta grandeza e profundidade que todos os elogios a esse homem são poucos.

    Um abraço.

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  7. Texto maravilhoso, interessante, esclarecedor e verdadeiro.

    Lindo trazer esse tema!!abração, obrigado pelo carinho por lá!Ótimo fds pra vocês(vejo as carinhas felizes no perfil,rs)abração,chica

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  8. E ae Chengão! Tudo blz?
    Que texto bacana, cara! Fiquei sabendo várias coisas do Mandela que eu desconhecia! Parabens pela abordagem!
    Cara eu ganhei o livro! É a primeira vez que ganho um sorteio na vida kkk. Bom te passei o mail...vc recebeu? \o/ Pode deixar que vou tirar uma foto com o livro sim! Se pá trajada com algum cosplay kkkk.
    bjs!

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  9. Olá Paulo!
    Nelson Mandela foi um grande líder, ele deixou um impacto muito grande na história comtemporânea.
    Fico muito revoltado com questões de racismo.
    Eu nunca vou me esquecer de uma frase que eu ouvi em um dos Jogos Mortais que assisti (aliás o único - mas tem tanto, que eu nem me lembro mais XD)
    "Você julga as pessoas pela cor da pele, mas agora você irá aprender que por baixo da pele somos todos iguais" Aí nem precisa mais falar o que acontece, não é?
    Realmente temos que rever muito nossos conceitos sobre essa questão...
    Abração pra você e um ótimo fim de semana!

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  10. Paulo, Mandela com certeza é um grande exemplo de luta e mudança! Penso que poucos conseguiram fazer a diferença que ele fez. Tempos atrás assisti a um documentário sobre ele e fiquei encantada. Principalmente pq não se colocou como um ser supremo... um herói intocado. Ele é "gente da gente"... é ser humano!

    Adorei a postagem, Cheng... muito esclarecedora e tocante!

    Ah, adorei seu comentário lá no blog! Fiquei sem palavras diante de tanta coisa linda que vc escreveu.

    Ei, entrevista? Mais? Ficarei super feliz em participar!!! Sério... estarei no aguardo de seu contato!

    Abração

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  11. Ola Paulo,
    Um belo texto temos aqui sobre um assunto muito sério! É triste olharmos para trás, observarmos a história macabra que o racismo imprimiu no planeta e verificarmos que ainda hoje sofremos deste mal.

    Até quando as pessoas vão ser agredidas em seus direitos por conta dessa pratica absurda chamada racismo ?

    Abraços Flávio.
    --> Blog Telinha Critica <--

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  12. Paulo, meu amigo de fé!
    Belíssimo texto!
    Além de informativo, reflexivo, sobre uma questão que ainda hoje assola o mundo, e é causa de tantas e tantas coisas ruins, "motivo" para guerra, enfim..., assunto muito atual.
    Abração!

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  13. Racismo é tão asqueroso, no Brasil nem percebemos tanto, na minha sala de aula 40% dos alunos são negros e não sinto diferença de tratamento entre "brancos e negros, acho que, por ser 'favela eles estão tão rotulados que se unem...no bom sentido, entendeu?
    Mandela, para mim é um líder, um homem "especial, eu queria encontrar uma palavra mais adquada eu o vejo como a Madre Teresa de Calcutá e até Cristo...*
    Me perdoe pelo comentário tosco, eu sou de palavras simples, é isso q penso. Se puder, faz uma visitinha lá na Mery*. Tem uma fulana usando meu nome...eu só tenho um blog: Meyy/ Rio de Janeiro.
    Um abraço. Bom domingo pra ti!

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  14. O que eu quis dizer: que na Favela os alunos são tão carentes de tudo"Escola Pública, já viu, né...pr isso eles "são unidos" e se tratam com muita igualdade, tirando um caso ou outro.
    Bjus

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  15. Querido Paulo,

    Tudo bem? Achei maravilhoso o seu texto. Você tem um sensibilidade enorme e me passa uma sensação muito boa. Tenho certeza que Deus te orienta em seus escritos.

    Quanto a Mandela, acho que ele é isso e mais, pois o que representa é além do que até percebemos, afinal, o racismo continua existindo e dizimando corações.

    Um grande beijo nesse domingo para vcoê e seus familiares.

    Lu

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  16. paulo, meu caro amigo,
    todas as formas de discriminação são abjetas. o racismo, pelo impacto social que tem, é das mais hediondas, mas também das que têm mais visibilidade; o pior é mesmo quando a discriminação é silenciosa, mesmo nas paredes da casa do lado, debaixo dos nossos narizes, como uma doença que mina e rasga até à decadência final.
    mandela é um ícone vivo que a todos recorda de que todo o sofrimento, quando por causas e princípios humanamente defensáveis, nunca será em vão.

    um abraço!

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