As relações interpessoais são pautadas em valores, regras
e trocas que se tornam um tipo de norte para que sejam seguidas à risca, caso
haja uma quebra nessas regras, os relacionamentos podem ser comprometidos, pois
houve uma quebra em tais regras.
Nós, seres humanos, somos complexos, pois nos relacionamos
com os outros sempre esperando algo, e caso não recebamos o que pretendemos, nos
sentimos em desvantagem, e em contrapartida, também nunca damos o que os outros
esperam, é uma matemática que sempre redunda em uma dízima periódica, nunca se
encaixa de maneira perfeita, e prosseguimos sempre tentando acertar, e errando
também.
Em um relacionamento, seja de amizade ou amoroso, sempre
há desníveis, inevitavelmente uma das partes sempre se doa mais do que a outra,
e nesse desnível, a parte que mais se doa, ora está em vantagem, ora está em
desvantagem. Quando supervalorizamos as pessoas ao extremo, pode haver um
efeito colateral no qual não havíamos contado, as pessoas que são bajuladas,
valorizadas ou agradadas podem sim desprezar o lado que está dispensando esse
tratamento vip, e quando isso acontece, pode nutrir um desprezo da pessoa que
está sendo agradada pela que está agradando, é uma coisa ilógica, mas isso é
frequente nos relacionamentos interpessoais em nosso meio. Há pessoas que
possuem esta índole de sempre querer agradar a todos, e, nesse afã de fazer o
bem, inevitavelmente haverá pessoas que se aproveitarão dessa benevolência para
tirar proveito ou que não valorizará este sentimento altruísta, e, dependendo
de algumas pessoas altruístas, chega uma hora que cansa tentar agradar aos
outros se não há um mínimo de respeito e recíproca, e quando isso acontece,
esta relação pode se inverter, pois, o que sempre se doou interrompe essa
doação e o outro lado, percebe que não havia valorizado tal sentimento, e tenta
corre atrás para reaver este tratamento, e, às vezes, pode ser tarde demais.
Quem se doa intensamente, mesmo que não espere nenhuma
contrapartida de retorno, também sente falta de, no mínimo, gratidão por parte
do outro, é algo natural, pois, ninguém consegue fazer o bem, se doar, agradar
aos outros sempre e não ser reconhecido minimamente, e assim, devemos repensar os
nossos relacionamentos, se estamos nadando contra a maré, se doando e não tendo
um retorno mínimo, então é hora de parar e descansar, ou canalizar esse
sentimento para as pessoas certas, e se estamos sendo agradados pelo outro, que
possamos reconhecer e valorizar, antes que percamos essa preciosa oportunidade.
Paulo Cheng
Amizades, relacionamentos amorosos sempre são vias de duas mãos. Todos devem ser adubados pra se manter vivos... Linda reflexão! abraços,chica
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