segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

A esperança em um mundo de incertezas


O fim do ano chegou, e com ele renovam-se as esperanças, no qual o espírito natalino se encarrega de fomentar, é tempo de confraternizações, de presentes, férias e comemorações. As esperanças sempre se retroalimentam na passagem de um ano para o outro, contudo, a dura realidade cuida de esbofetear as nossas faces e fincar os nossos pés nos áridos solos da realidade existencial, e o que fazer? Deixar de sonhar? Desistir de tudo? Ou continuar a sonhar?

Dentro de cada ser humano há uma voz que clama pela paz, sim, mesmo que a nossa alma esteja maculada por desejos vis, ainda sim a paz é um alvo no qual desejamos acertar. Somos antíteses de nossos próprios sentimentos, antagonismos de nossos estados de espírito, um dualismo de ânimos em estados de profusão, a mesma mão que acaricia é a mesma que apunhala, a mesma boca que beija lubricamente é a mesma que pragueja de forma insolente, amor e ódio, alegria e tristeza, zelo e apatia convivem, coabitam e coexistem de forma harmônica em cada um de nós. E nessa dualidade de sentimentos, a paz e a guerra travam um embate interminável no âmago de nosso ser.

Mesmo com todas as catástrofes, guerras mundiais, genocídios, guerras civis, regimes comunistas totalitários, e demais mazelas que assolam o mundo com frequência, o ser humano, mesmo sendo protagonista de todos esses infortúnios, ainda sim nutre um desejo por dias melhores, fomenta a esperança de que o porvir será menos conflituoso, e abraça o anelo de um porvir melhor. E a cada fim de ano, movidos por um clima natalino e festivo, a humanidade fica mais susceptível a sentimentos que exalam paz e cordialidade.

Mas será que nutrir esperanças é suficiente para que tenhamos dias melhores? Fomentar sentimentos sublimes nos trará um porvir menos doloroso? Por mais esperançosos que sejamos, a inclemente realidade nos traz à consciência de que o mundo é mal, e a humanidade é sórdida. Sabemos em nosso íntimo que a humanidade se encaminha a passos largos para a autodestruição, sabemos que as gerras ainda assolarão nações, a fome e a inanição definhará a milhões, e que a violência açoitará vidas inocentes. E mesmo diante de tal veracidade, como crianças, acalentamos de forma pueril sentimentos esperançosos de que dias melhores virão, mesmo imergidos em um mundo de incertezas e temores, ainda sim a esperança teima em arder em nossos corações desejando um mundo formidável, ou no mínimo menos atroz.


Paulo Cheng



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