O fim do ano chegou, e com ele renovam-se as esperanças, no qual o
espírito natalino se encarrega de fomentar, é tempo de confraternizações, de presentes,
férias e comemorações. As esperanças sempre se retroalimentam na passagem de um
ano para o outro, contudo, a dura realidade cuida de esbofetear as nossas faces
e fincar os nossos pés nos áridos solos da realidade existencial, e o que
fazer? Deixar de sonhar? Desistir de tudo? Ou continuar a sonhar?
Dentro de cada ser humano há uma voz que clama pela paz, sim, mesmo que
a nossa alma esteja maculada por desejos vis, ainda sim a paz é um alvo no qual
desejamos acertar. Somos antíteses de nossos próprios sentimentos, antagonismos
de nossos estados de espírito, um dualismo de ânimos em estados de profusão, a
mesma mão que acaricia é a mesma que apunhala, a mesma boca que beija
lubricamente é a mesma que pragueja de forma insolente, amor e ódio, alegria e
tristeza, zelo e apatia convivem, coabitam e coexistem de forma harmônica em
cada um de nós. E nessa dualidade de sentimentos, a paz e a guerra travam um
embate interminável no âmago de nosso ser.
Mesmo com todas as catástrofes, guerras mundiais, genocídios, guerras
civis, regimes comunistas totalitários, e demais mazelas que assolam o mundo
com frequência, o ser humano, mesmo sendo protagonista de todos esses
infortúnios, ainda sim nutre um desejo por dias melhores, fomenta a esperança
de que o porvir será menos conflituoso, e abraça o anelo de um porvir melhor. E
a cada fim de ano, movidos por um clima natalino e festivo, a humanidade fica
mais susceptível a sentimentos que exalam paz e cordialidade.
Mas será que nutrir esperanças é suficiente para que tenhamos dias
melhores? Fomentar sentimentos sublimes nos trará um porvir menos doloroso? Por
mais esperançosos que sejamos, a inclemente realidade nos traz à consciência de
que o mundo é mal, e a humanidade é sórdida. Sabemos em nosso íntimo que a humanidade
se encaminha a passos largos para a autodestruição, sabemos que as gerras ainda
assolarão nações, a fome e a inanição definhará a milhões, e que a violência
açoitará vidas inocentes. E mesmo diante de tal veracidade, como crianças,
acalentamos de forma pueril sentimentos esperançosos de que dias melhores
virão, mesmo imergidos em um mundo de incertezas e temores, ainda sim a
esperança teima em arder em nossos corações desejando um mundo formidável, ou
no mínimo menos atroz.
Paulo Cheng
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Olá queridos, você está em meu site, o paulocheng.com, um espaço onde eu escrevo e posto minhas impressões, meus devaneios, minhas inspirações e sandices, desde já agradeço pelo acesso, lembrando que você não é obrigado a comentar, pois não há uma obrigatoriedade ou imposição, caso você não ache interessante ou esteja com preguiça, não tem problema, o que quero aqui é o prazer acima de qualquer coisa, e não obrigatoriedade, ok? Que Deus possa te abençoar em Cristo Jesus.