A cada fim de ano entramos em um exercício mental onde contabilizamos
os prós e contras do ano que está findando, o que fizemos de correto e o que
fizemos de errado, um balanço de nossas ações, e antes de entrarmos no ano que
já bate às portas, listamos os projetos no qual pretendemos por em prática,
sonhos no qual desejamos que se realizem,
anelos no qual nos empenharemos em realizar, enfim, ano novo, esperanças
renovadas, e um novo alento na alma para entrarmos o novo ano com nova
disposição, contudo, inúmeras variáveis conspirarão para que tais sonhos e
projetos, ou não se concretizem ou nem saiam do esboço.
A vida é repleta de incontingências, os acasos teimam em bater em
nossas portas e, sem serem convidados, adentram abruptamente e sentam-se em
nossas salas de estar. Somos por vezes açoitados pelas inevitabilidades da
vida, sem ao menos termos como nos defender, os caminhos nos quais a vida
transcorre assemelham-se a um labirinto, onde sabemos por onde entrar, mas a
saída torna-se quase impossível acertarmos. Assim é a vida, onde o futuro é
incerto, e o amanhã, improvável. Somos por vezes meras marionetes do acaso,
fantoches da casualidade, e vítimas dos imprevistos.
Assim sendo, muito do que planejamos para as nossas vidas, por mais
esmero e empenho que empreendamos, não sairá da forma como idealizamos, não por
falta de empenho ou desejo, mas por situações alheias à nossa vontade, e muitos
dos nossos planos desembocam em frustrações, e nossos sonhos em decepções, é a
vida, imprevisível e involuntária, a nos guiar por sendas obscuras, no qual
somos impotentes para reverter tais processos existenciais, e os nossos anelos
vão sendo postergados de forma compulsória.
Neste novo ano que se inicia, todos nutrimos sentimentos de mudança, e
anelamos por dias melhores, é a nossa natureza, sempre almejando pela melhoria,
então, este novo ano, à semelhança dos anteriores, foi recebido com alegria e a
certeza de que nos esforçaremos para ser bem melhor do que foi os outros, os
planos foram esboçados, e os sonhos intentados, contudo, muito do que
planejamos e idealizamos para este ano não se concluirá, pois o tal do acaso
existencial cuidará de frustrar tais intentos, mas não obstante, devemos sim
continuar sonhando, planejando, idealizamos, pois a vida sem esperanças
torna-se cinzenta, vegetativa e isenta de cores.
Paulo Cheng
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