terça-feira, 30 de maio de 2017

Com afeto e desprezo.

Photo by Cheng 
Os relacionamentos interpessoais transitam pelos antagonismos, beiram as ambiguidades, e passeiam pelos binômios, rir e chorar, amar e odiar, abraçar e repelir fazem parte do cotidiano nas amizades e relacionamentos em geral. Os altos e baixos conseguem ditar a tônica e imprimir a qualidade na forma de como nos relacionamos com os outros, a simplicidade e a complexidade se reversam para dar cor e sabor.


A própria complexidade a mente humana, aliada à flutuabilidade das emoções, fazem com que os sentimentos envolvidos nos relacionamentos sejam instáveis, agimos e nos comportamos de acordo com as circunstâncias e as emoções, e no calor da emoção, ou na frieza da lógica, tanto podemos exaltar como humilhar, aplaudir como vaiar; somos vilões e mocinhos, fomentadores e devastadores em nosso modo de agir com as pessoas, tudo depende do estado de espírito no momento, e do nível de emotividade.

A troca de sentimentos é por si só intrincada, podemos machucar a quem amamos e benquerer a quem desprezamos. Geralmente fazemos uma leitura das pessoas não condizente ao que elas realmente são, mas de acordo com os nossos conceitos e suposições que temos delas, assim, as ações delas passam pelo nosso crivo de censura ou reprovação, e que muitas vezes permeado de injustiça e parcialidade. E essa variabilidade de humor e sentimentos, em vez de ser totalmente nocivo, traz maturidade e estabilidade nos convívios, visto que, esse misto de raiva, alegria, dor, felicidade, amor, ódio, calmaria e rebelião trazem harmonia e sanidade, pois tais sentimentos são inerentes à nossa essência, e reprimi-los seria fugir de nossa humanidade.

Toda a profusão sentimental que acalentamos dentro de nossas personalidades, além de forjar o nosso eu, nos torna distintos de nossos pares, somos tão iguais, mas também peculiares, e todas essas diferenças comportamentais que nos modelam, são preponderantes na qualidade e maturidade nos relacionamentos interpessoais, por mais que queiramos agradar, jamais seremos unânimes em aceitação; somos benquistos e odiados, amados e odiados, admirados e rechaçados, agradamos e destoamos.

Relacionar-se sempre será uma tarefa paradoxalmente fácil e complexa. Essa inconstância não é falha de personalidade ou caráter, e sim elementos de nossa personalidade e individualidade que compõe o nosso eu como um todo. O grande segredo que nos levará a relacionamentos maduros e duradouros é reconhecer que, o erro do outro pode ser um alicerce para a nossa maturidade, e as imperfeições alheiras poder-se-ão transformar em adubo para o nosso crescimento e equilíbrio.



Paulo Cheng




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Olá queridos, você está em meu site, o paulocheng.com, um espaço onde eu escrevo e posto minhas impressões, meus devaneios, minhas inspirações e sandices, desde já agradeço pelo acesso, lembrando que você não é obrigado a comentar, pois não há uma obrigatoriedade ou imposição, caso você não ache interessante ou esteja com preguiça, não tem problema, o que quero aqui é o prazer acima de qualquer coisa, e não obrigatoriedade, ok? Que Deus possa te abençoar em Cristo Jesus.