terça-feira, 2 de julho de 2019

A verdadeira riqueza

Photo by Paulo Cheng

O ser humano sempre foi atraído pela riqueza, status, poder, e o dinheiro sempre proporcionou tais atrativos, um trampolim para as pessoas sairem do patamar de pobreza e ascenderem a uma vida abastada, nababesca, farta. E para que tal situação se materialize, muitos sãos os caminhos para as pessoas amealharem riquezas, desde os itinerários lícitos, até os mais nefastos e abjetos, às vezes, vale tudo na corrida insana para ser rico.


O dinheiro tem o poder de entorpecer as pessoas, de subverter valores, de estilhaçar regras, e de desfigurar convicções. Na sanha de enriquecer, inumeras pessoas cometeram barbáries e atrocidades no decorrer da história, desde escravidão a torturas, de guerras a genocídios, as riquezas têm o poder avassalador de destruir famílias, sociedades, reinos e nações.


As riquezas seduzem, entorpecem, anestesiam as pessoas, e lhes dão uma falsa sensação de onipotência, de segurança e de estabilidade, contudo, tal sensação é superficial e ilusória, pois, as riquezas são voláteis, e não conseguem dar nenhum tipo de garantia de forma mais peremptória. Na Bíblia Sagrada, Jesus discorreu de forma veemente e profunda sobre o teor das riquezas e seus valores intrínsecos, segue o texto em Mateus 6:19-21: “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem corroem, e onde os ladrões minam e roubam; mas ajunteis tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrujem corroem, e onde os ladrões não minam e nem roubam. Porque onde estiver a vossa riqueza, ali também estará o vosso coração”.


Não são poucas as pessoas que devotam toda uma vida no afã de amealhar riquezas, fortunas, e a tal “estabilidade financeira”, e com isso sacrificam a sua vida, tempo, relacionamentos, família, e a saúde; labutam dia e noite com o rígido propósito de engordarem suas contas bancárias, seus investimentos, patrimônios e ações, como se o escopo primordial de nossa existência fosse trabalhar para enricar, não obstante, há ainda outra coisa nefasta nesse propósito, o de colocar toda a confiança na falsa segurança das riquezas, e foi justamente nisso que Jesus condenou a relação dos homens com as riquezas, não que elas em si fossem de todo o mal, contudo, foi o poder que ela gera e o sentimento no qual dispomos em relação às riquezas, pois se deixamos de confiar Naquele que é o Criador de todas as coisas para depositarmos a nossa esperança no dinheiro e riquezas, deixamos que a lucidez e a sabedoria sejam substituídas pela loucura e insensatez.


Viver bem não consiste em gozarmos uma vida nababesca e farta de bens materiais, obviamente que tudo isso traz uma vida confortável e abre portas, mas não é sinônimo de uma vida integralmente plena e isenta de percalços, as pessoas mais humildes e pobres podem sim viver de forma aprazível e próspera, mesmo em meio às dificuldades financeiras. Quando priorizamos valores sublimes, quando enaltecemos o belo, quando enobrecemos os valores ético-morais e espirituais, sim, angariamos a verdadeira riqueza, aquela onde a traça e o ferrugem não conseguem deteriorar, nem onde ladrão algum consegue afanar, é esta riqueza no qual se torna atemporal, eterna, e que consegue tornar verdadeiramente ricos os seres humanos, independente do quão abastados materialmente sejam. A verdadeira riqueza é intangível, subjetiva, abstrata, e se esconde dentro do coração e da alma daqueles que detêm sensibilidade necessária para percebê-las.


Paulo Cheng




2 comentários:

  1. Coisas grandiosas não são as verdadeiras riquezas da vida. Pra mim é poder ter saúde e paz! Viver pequenos momentos quase normais para uns, nos nossos dias, e enmcará-los como presentes... Valem muito! abração,chica

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    1. Se não tivermos saúde e paz no coração, as demais coisas se tornarão meros subterfúgios sem importância alguma. Grato pelo comentário querida Chica.

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