quarta-feira, 7 de março de 2012

Lady sings the blues: autobiografia de Billie Holiday

Na galeria de vozes do jazz, Billie Holiday é um caso único: sua voz extraordinária recria um tema com tamanha intensidade e personalidade, num estilo tão expressivo e amargo, que muitas vezes soa trágico. Nesta autobiografia, que é certamente um dos documentos mais apaixonantes da história do jazz, a mítica Lady Day deixa registrado o que havia por detrás da tensão frágil e esgarçada de sua voz: uma longa e dolorosa poética da experiência, onde se misturam a miséria dos bairros negros de Baltimore, a prostituição, a prisão, e, ainda, o peso martirizante da droga, do álcool e de uma sociedade profundamente racista. Sem jamais renegá-lo, Billie procura escapar deste mundo através da música. Mas é exatamente através dela que Lady Day pode exprimir toda a sua dor, paixão e raiva.
Nesta excelente autobiografia (que já li 348 vezes, kkk, sério!!!) temos o relato cru e realista de uma cantora que viveu num momento impar da história, foi duramente criticada e perseguida, além de sofrer todo o tipo de preconceito, ela seguiu em frente e, à fórceps, fincou na história da música mundial o seu nome, e mesmo tendo um fim de carreira triste, onde lhe faltou a voz (devido ao excesso de drogas e bebidas) e em plena década de 50 já era considerada has been, todo o seu legado foi determinante para influenciar as cantoras da época e das gerações subsequentes. Sem ser extremista, foi a maior e melhor cantora de todos os tempos.

Recomendo a leitura deste livro para os amantes da música, que se chama: “Lady sings the blues, uma autobiografia”, da Editora Brasiliense. Esta é a minha dica de livro de hoje, corram atrás, leiam e se apaixone por esta cantora que mudou a história do jazz mundial.

Paulo Cheng 









6 comentários:

  1. Excelente Paulo! Trazer para o presente a história de quem contribui com a arte de uma maneira geral, é enriquecedor, porque também é informativo; e nesse caso, Billie Holiday é um riquíssimo conteúdo para ser explorado. Um grande abraço.

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  2. Macedo da Silva, Natal, RN.

    Acho a Billie Holiday uma pioneira entre as grandes divas da música mundial, e viveu numa época em que a mulher não tinha espaço pra nada, principalmente se fosse negra e pobre, como era o caso dela, mas com grande perseverança e talento venceu todos os obstáculos e revolucionou a música. Vou procurar esse livro e comprar, obrigado pela dica.

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  3. Oi Paulo,

    Maravilha de post! Nesse dia 08 de março relembrar a saga dessa mulher nos permite ter a certeza do nosso papel, hoje e sempre.

    Beijos.

    Lu

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  4. Ola Paulo,
    O momento foi extremamente propício, visto que estamos na semana de comemoração do dia internacional da mulher e sua intensa contribuição para a formação da nossa sociedade, e Billie Holiday que rompeu os paradigmas preconceituosos de sua época rasgando no blues!

    Abraços, Flávio.

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  5. Neste dia 08, onde todas as mulheres são parabenizadas, trago essa matéria relatando a vida de uma mulher que, com um talento incrível, mas por ser negra e pobre, sofreu todos os preconceitos de uma sociedade machista, mas mesmo assim, não deu o braço a torcer e prosseguiu com o seu objetivo de cantar e mostrar todo o seu talento, e com isso, abriu todo um largo caminho que foi seguido por diversas cantoras de gerações e nacionalidades diferentes. Sugiro que vcs comprem esse livro, é muito interessante e tem relatos incríveis contados diretamente por Billie.

    Meus parabéns a todas as mulheres do mundo.

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  6. Paulo, meu amigo de fé!
    Estava com saudades de ti e do teu trabalho, hoje estou retornando com tudo e vejo este lindo post teu. Aiiii, a Billy Hollyday fantástica!
    Imagina!
    E como mulher, um exemplo daqueles, muito bem escolhido como homenagem à nós mulheres, por tudo que ela passou, pela sua garra e talento.

    Grande abraço, amigo! E obrigada pelo lindo comentário por lá!

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