Esse
clássico do Queen é uma das músicas mais conhecidas e tocadas mundo afora. É
sinônimo de conquista, vitória, sucesso, mas entre cantar altissonante essa
melodia a plenos pulmões e vivenciar na íntegra esse desejo de vitória são
coisas distintas e antagônicas, e um oceano as separam.
Vivemos em uma
sociedade onde existe uma competição predatória acirrada e desumana em todas as
áreas onde estamos atuando. As pessoas lutam de forma sobre-humana para ficarem
à frente das outras e alcançarem o topo. A própria filosofia ocidental
globalizada dissemina explicitamente que, para se ‘vencer na vida’ e alcançar
os objetivos, será necessário subjugar aos demais e ser o primeiro em tudo.
Nesse contexto, as pessoas estão preparadas somente para ganhar, e não para perder. Não importa se você está competindo ou participando de algo, caso você não seja o ‘number one’, é automaticamente estigmatizado como perdedor. É uma filosofia cruel e inclemente, onde não há espaço para o segundo lugar, só quem atinge o topo é ovacionado e tem seu nome inscrito nos anais da história.
Perder ou não estar no primeiro lugar não é demérito algum. A vida não deve ser encarada como um campo de batalha e as pessoas não devem ser encaradas como adversárias em potencial. Em muitas situações as derrotas e as perdas têm gosto de vitória, basta absorvermos de um ângulo correto. Lembro de uma luta de judô numa Olimpíada, onde um judoca japonês derrotou o seu opositor, e no final da luta ele pulou e comemorou de alegria, e em seguida foi repreendido pelo seu treinador, por que ele deveria ter se contido para não humilhar e constranger o judoca derrotado, e esse é um ensinamento que beira o inimaginável para os parâmetros da sociedade atual, onde sentimos orgulho e deleite em sobrepujar aos outros em qualquer ocasião.
Jesus provou isso quando, ao convocar os 12 discípulos, não os escolheu dentre a “nata” dos fariseus, que eram considerados a casta mais superior dentre as pessoas, mas arregimentou seus discípulos dentre pescadores, coletores de impostos, pessoas simples do povo. Com isto, mostrara a sociedade que, na vida, ninguém deveria ser considerado melhor ou pior que ninguém, pois todos temos qualidades, habilidades e que as pessoas não deveriam pisar ou se considerar melhores que seus pares para atingir seus objetivos.
Há algumas ‘derrotas’ que têm mais valia que algumas vitórias, pois nos fazem refletir o quanto somos capazes de lutar para alcançar as nossas metas sem nos sobrepor a outros.
Paulo Cheng
Muito importante a mensagem que passas nesse texto...Não querer apenas GANHAR...Perder pode nos ensinar muito...abraços,lindo fds!chica
ResponderExcluirCom certeza Chica, não que seja errado ganhar, mas nosso comportamento nesse momento faz com que sejamos realmente ganhadores ou perdedores.
ExcluirAbração.
Olá Paulo, bom dia!
ResponderExcluirMuito boa a reflexão!
Nessa corrida desenfreada para se tornarem as melhores, as pessoas vão perdendo sua essência, e o mais triste: os seus valores e princípios...
O como vc mesmo diz, Jesus nos mostrou exatamente o contrário!
Um abraço, que Deus o abençoe.
Adelisa.
http://adelisa-oquerealmenteimporta.blogspot.com.br
Olá Adelisa, concordo contigo, nessa corrida muitos vendem seus princípios e até a própria alma.
ExcluirUm abração pra ti.
Oi Cheng, meu irmão de fé
ResponderExcluirQue maravilhoso texto! Vc tem toda razão, eu mesma na infância, e quando era mais jovem era muito competitiva, e percebi, com a maturidade que isso não significava nada, só me deixava mais competitiva e isso colaborou para que eu ficasse doente hoje. Sempre falo para os meus filhos que o importante é competir, o importante é aprender a perder, eu aprendi da pior maneira possível.
Bjos. para ti e para Michel. Fiquem com Deus!
Lu, tudo na paz? Na realidade a nossa vida é pautada nessa premissa, em 'vencer na vida', mesmo que isso signifique sobrepujar os outros, mas como vc frisou, saber perder pode ser uma vitória.
ExcluirAbração.
Muito bom Chengão! Parabens pela escrita.
ResponderExcluirGostei da mensagem e da frase final!
Fala Dedé, ótima frase a final, fechou com chave de ouro.
ExcluirAbraço.
Sua observação faz todo sentido Paulo. Essa coisa de ser o vencedor, seja na vida profissional, nos relacionamentos, num esporte ou em qualquer outro segmento tem de forma descontrolada separado as pessoas em dois lados, os que devem ser idolatrados e exaltados por serem vencedores e os condenados ao nada, pelo simples fato de em algum momento da vida não terem tido a vitória lhes sorrindo. Um grande abraço.
ResponderExcluirOlá PC, realmente é isso mesmo, não importa o esforço e dedicação, se não alcançarmos o primeiro lugar, somos tidos como perdedores, e esses valores estão arraigados em nossa sociedade.
ExcluirUm abração pra ti.