terça-feira, 20 de agosto de 2013

Uma existência anônima

foto extraída da internet
O ser humano, desde seus tempos mais primitivos, sempre obedeceu a um ciclo inexorável, do qual jamais irá fugir, qual seja, nascer, crescer, reproduzir, envelhecer e morrer, lógico que essa ordem nem sempre é obedecida, ou completada, mas os homens vêm a essa existência, na maioria das vezes, como meros expectadores passivos, como meros figurantes no qual nunca chegarão a figurar os papéis principais do script da vida, só alguns conseguem os papeis principais.


As pessoas, por mais que rechacem a ideia, passarão por esta vida sem produzir grandes feitos, ou obras extraordinárias, ou algo que os torne lembrado no post mortem. A grande maioria das pessoas, viverão suas vidas, simples, pacatas, com seus poucos amigos, empregos, filhos, enfim, uma vida normal, e figurarão como anônimos na grande e sinuosa caminhada da vida, e por mais que queiram deixar algum legado ou algo que os lembre, passarão como vultos na multidão.

Porém, algumas pessoas conseguem papéis onde estarão de alguma forma, no cerne das mudanças e transformações no destino da humanidade. Pouquíssimas pessoas conseguem, seja por perseverança, talento, circunstância ou acaso, estarem no lugar certo, na hora certa, com as pessoas certas e inseridas nas circunstâncias certas. E com isso, seus nomes figurarão nos anais da história e serão lembrados não só por seus amigos e familiares, mas por gerações subsequentes. E, ao contrário do que se pensa, a grande maioria de nós gostaria de ser protagonistas e sermos lembrados por alguma coisa relevante depois que morrermos.

Algumas pessoas, no afã de se tornarem famosas, ou terem seus nomes escritos nos anais da história, se submetem a ações, no mínimo, absurdas ou reprováveis. Muitos têm inscritos seus nomes na história por ações nocivas, como genocídios, atrocidades, mortes, tirania, como nos casos de Adolf Hitler, Stalin, Pol Pot e outros facínoras que macularam as páginas da história com seus feitos inescrupulosos, homens no qual se tornaram indesejáveis e sinônimos de perversidade, imoralidade, mortandade e impiedade. Contudo, mesmo assim, ainda há pessoas no qual não aceitam passar por esta vida como um simples anônimo e recorrem à violência ou atos trágicos para se tornarem ‘famosos’ ou serem lembrados na posteridade, porém, sua fama será rememorada de forma indigesta, como sendo a parte purulenta do passado.

Há também pessoas que, por nascerem com algum dom ou talento acima do normal, atingiram ou atingirão um certo sucesso ou fama, do qual outras, não tão talentosas nunca alcançaram ou alcançarão. Prodígios como Mozart, Da Vince, Arquimedes, Pitágoras, Isaac Newton, Thomas de Aquino, Billie Holiday, Eistein, Chaplin, John Lennon, Mandela, Tereza de Calcutá, Paulo Cheng (brincadeira!) e tantos outros seres humanos que, de uma forma ou outra, com os seus talentos, dons, gestos ou ações contribuíram para que o mundo, em suas diversas áreas, se tornassem algo melhor, mais desenvolvido ou promissor. E essa pequena casta de pessoas que conseguiram lugares especiais na trama da humanidade são únicas, pessoas essas que temos uma pontinha de ‘inveja’, pois gostaríamos de ter estado no lugar delas, mas sabemos que, por motivos diversos, esses dons, talentos, ou ações históricas só acometem algumas pessoas, seja por destino, vontade Divina ou outra coisa.

É algo inquietante, mas sabemos que as nossas vidas, simples, recatadas, cotidianas, não passarão disso. Inconscientemente gostaríamos de poder contribuir com algo que mudasse as diretrizes da humanidade, ou termos talentos superdotados para atingirmos alguma notoriedade, no entanto, temos que nos contentar com o fato de que seremos mais um na grande multidão se seres viventes que passará por esta vida sem grandes feitos, que não contribuirá com algo relevante, e que, no máximo, será lembrado depois de expirar por alguns poucos amigos, além dos familiares. Não que tenhamos que se destacar na história para sermos felizes, ou termos uma vida relevante, porém jamais nos contentaremos com o fato de sermos mais um fugaz figurante do grande script que é a vida, sem ter a garantia de que essa trama pelo menos seja exibida em algum cinema qualquer.




Paulo Cheng

4 comentários:

  1. Nascemos, crescemos, envelhecemos e morremos, e provavelmente, seremos pessoas simples, que passarão por essa existência sem grandes feitos, sem colaborar com as decisões da humanidade, e estamos convictos de que a nossa passagem pelo planeta Terra será, além de breve, discreta, essa é uma lei inexorável.

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  2. Ahhh eu não penso assim, sou uma pessoa comum, mãe, esposa e sem fazer grandes feitos e mesmo tendo alguns anos para morrer, sei que não farei grandes feitos ate a morte chegar.
    Mas pra mim eu fiz sim um grande feito e ainda estou fazendo, meu grande feito foi ter 3 filhos lindos e cria-los com boa educação e amor no coração, sei que quando partir, deixarei eles aqui e com a criação que eu dei a eles, eles darão aos filhos e filhos deles e assim, ao menos em volta deles o mundo será um lugar melhor.
    O mundo é como uma grande formigueiro, cada uma tem sua grande tarefa, sua grande contribuição, como por exemplo, deixar filhos bem criados e educados e sintonizados com a mãe terra, ajudar ao próximo, sentir compaixão pelos seres vivos, inventar algo que mesmo que seja pequeno, mas que ajude a manter o mundo mais limpo e lindo... o problema dos seres humanos é que eles sempre esperam reconhecimento de alguém e isso atrapalha nossa grande evolução.
    Se não fosse isso, já teríamos evoluído de tal maneira que não teríamos mais guerra, corrupção, fome... quem sabe um dia o ser humano pare de ser egoísta e saiba que o que vale como grande feito é aquilo que vc pode deixar de melhor para o mundo.
    Beijoooos

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    1. Oi Jane, concordo contigo, porém acho que, isso está inconscientemente arraigado em nossas mentes, quem não gostaria de nascer e ser famoso, contribuir com um grande feito mundial, não que os nossos feitos diários sejam desprezíveis, mas falo daqueles que entram para a história, e creio que, em cada um de nós, há um desejo de ter sido famoso ou fazer algo muito relevante que contribua para os destinos da humanidade, mesmo que esse desejo se apresente em diferentes níveis.

      Grande abraço.

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  3. Paulo meu amigo de fé, tudo bem?
    Penso que o importante é não conduzirmos nossa vida em vão, ou seja: tentarmos ao máximo sermos bons nos papéis de nossa própria vida - bons com a família, amigos, bons como profissionais (seja se for em profissões reconhecidas publicamente ou não), bons para a natureza, os animais, e bons até aos desconhecidos, enfim, darmos o melhor de nós o possível. Isso fará diferença para a Humanidade, com certeza: termos a humildade de sermos um grão da areia e a sabedoria de admirarmos a praia inteira e os outros grãos.
    Até as celebridades são grãos de areia, o que diferencia um grão de outro, penso, não é o talento ou genialidade, mas é a bondade.
    Abração para ti e a Michel!
    Ótimo fim de semana!

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