sábado, 8 de fevereiro de 2014

A violência e os valores controversos.

Imagem extraída da internet.
Recentemente, tem passado em alguns telejornais alguns vídeos reprováveis com cenas grotescas, onde, algumas pessoas da população têm feito justiça com as próprias mãos, no qual, quando conseguem prender um meliante em fragrante delito, num arroubo de ‘justiça’, se valem do espancamento, linchamento e outros subterfúgios para colocarem em prática a lei do ‘toma-lá-dá-cá’, ou a Lei de Talião “olho por olho, dente por dente”.


Vivemos em uma sociedade que é permeada pelo mal, convivemos com a violência que,  cotidianamente é despejada em nossos lares, seja por telejornais, seja em jornais impressos, na internet ou ao vivo ao nosso redor. Ficamos indignados quando presenciamos um assalto; assistimos atônitos imagens de vídeos no qual homicídios são praticados contra inocentes; observamos estupefatos a qualquer ato de vandalismo gratuito ao nosso redor. Vivemos em um campo minado, saímos de casa sabendo que, estatisticamente, podemos ser as próximas vítimas de um pretenso assalto ou de uma bala perdida, ou de um sequestro relâmpago, a nossa alma desfalece em pensarmos que, em cada esquina, seja nas grandes metrópoles ou até de pequenas cidades, o mal está à espreita, ávido para tragar vidas.

Estou irrequieto, tenho visto na TV ultimamente vídeos onde a população, indignada com tanta violência e injustiça, tem procurado fazer justiça com as próprias mãos, onde, numa oportunidade de capturar algum bandido, descarregam toda a sua fúria represada em cima do malfeitor. Reconheço que toda essa violência nas ruas nos tira do sério, vermos tanta coisa ruim em nossa volta, e a maioria delas fica impune, sem uma solução aparente, realmente nos deixa impotentes, mas macular as nossas mãos com mais violência, mesmo para vingar um mal que, a priori, passará despercebido pela Justiça Brasileira, ainda sim, vale à pena sujarmos nossas mãos, retroalimentando mais e mais essa violência que, à primeira vista não tem solução?

Não creio que a máxima “olho por olho, dente por dente” consiga resolver alguma coisa, muito menos regar a nossa alma com algum tipo de bálsamo de justiça, é difícil pensar nesses termos, mas agindo da mesma forma que um bandido, nos assemelhamos a ele. O fato de estarmos inseridos numa sociedade violenta, onde o mal superabunda e se torna gratuito, nos cauteriza a mente e petrifica a nossa sensibilidade, ao ponto de, numa oportunidade, reagirmos de igual modo. Para que isso não se torne corriqueiro e normal, precisamos arraigar as nossas ações em valores éticos e morais incólumes, no qual faremos a diferença na hora de tomarmos uma atitude frente a tudo isso, mesmo que essa atitude esteja na contramão do que se pratica na sociedade. A violência não terá fim, as sociedades caminham para uma senda caótica, os homens estão se autodestruindo, e a gênese de tudo isso percorre por inúmeras variáveis, dentre as quais poderíamos citar a falta de amor, de compaixão pelo próximo, motivos religiosos, condição social desfavorável, ideologia política, etc., enfim, as causas são infinitas, porém, uma coisa é certa, a criatura está cada vez mais se afastando do seu Criador, e o homem sem relacionamento com o seu Criador está em trevas, propenso às ações mais vis e reprováveis. Nesses tempos de densas trevas, quanto mais pertos de Deus e quanto mais firmados na sua Palavra estivermos, mais preparados estaremos para absorvermos todo esse clima tenebroso que nos circunda, e para aqueles céticos que dizem que valores espirituais não altera os rumos da sociedade, gostaria de falar que, a violência irá recrudescer, no entanto, quanto mais pessoas tementes à Deus houver no mundo, com certeza não reverteremos esse quadro nebuloso de todo, mas com toda a certeza haverá mais pessoas propagando valores no qual o mundo está necessita e está profundamente sedento.


Paulo Cheng



7 comentários:

  1. Paulo, meu amigo de fé!
    Buenas, guri!
    Feliz que você está escrevendo de novo.

    Pois é, eu estava viajando e por lá noticiaram alguns esquetes sobre isso, sobre os tais "justiceiros".
    Eu penso o seguinte, resumindo, que a máxima: violência gera violência, - é uma verdade. E os fatos andam em circulo, a violência aplicada, sempre retorna em forma de vingança, e daí, gera mais violência e o caos vai se instalando em definitivo.
    Assunto pertinente.

    Grande abraço para ti e a Michel!

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    1. Ah! Obrigada pelo comentário em razão do post em homenagem à minha filhota. Vou fazer ela ler os comentários hehe

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    2. Cissa, estou voltando lentamente, e fico feliz de te ter por aqui comentando novamente, e é isso mesmo, violência gera violência. Abração pra ti.

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  2. caro amigo,
    as imagens de que falas têm corrido mundo, têm inclusive chegado aqui, a este pedaço de terra à beira-mar plantado, e acabam por nos conduzir a uma inevitável questão: o ser humano e a sua verdadeira natureza.
    nascemos com uma predisposição natural, somos selvagens no sentido puro do termo e é a sociedade que nos modela, definindo os padrões por que devemos balizar os nossos atos, embora sempre numa lógica que não desmereça a individualidade e o arbítrio. desvalorizar isto, procurar alimentar a ignorância como arma de valorização do poder e de contenção da contestação é o maior erro pois a fera acaba por morder a própria mão. o povo nas ruas exige mais e melhor educação; exige mais e melhor saúde. pergunto-me, não é esse o trilho primeiro que nos conduz, em primeira instância, à autorrealização e bem-estar e, em segundo lugar, à coesão social?
    continuo a achar que os políticos são, regra geral, o antípoda do que deles se pode esperar; falta-lhes talento, inteligência e, sobretudo, sensibilidade social.

    um abração, amigo, feliz por este reencontro!

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    1. Grande Jorge, poeta lusitano, este seu comentário poderia ser a segunda parte do texto, tamanha a profundidade, e infelizmente nós seres humanos somos isso, um misto de bondade e perversidade. Obrigado pelo comentário e feliz também pelo reencontro.

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  3. Paulo, eu penso como Gandhi "Olho por olho e o mundo acabará cego"...

    Postei algo no facebook sobre essa questão de fazer justiça com as próprias mãos. Principalmente por ouvir as pessoas se defendendo com expressões "cidadãos de bem". Tomei a liberdade de postar por aqui tbem:

    Para as pessoas que estão dizendo que são "pessoas de bem", parem com essa palhaçada e assumam que vcs são tão pessoas do mal quanto os bandidos que querem espancar e até matar(ou pior). Parem de arrumar desculpas. Os carinhas que se juntaram para fazer justiça com as próprias mãos, amarrando o garoto ao poste, batendo em "marginais em potencial", que acham que "BANDIDO BOM É BANDIDO MORTO" deveriam mudar sua frase de efeito para "BANDIDO BOM É BANDIDO pobre MORTO"! Não, eu não estou aqui defendendo bandido... Sim, eu também me revolto quando vejo que a segurança pública está uma merda! Mas, não acho que as atitudes como a dos "justiceiros" que espancaram e acorrentaram garoto dias atrás e falas como as da Rachel SheherAZEDA sejam as melhores escolhas. Acho que é uma hipocrisia sem tamanho falar que isso é atitude de uma pessoa de bem! Pessoas de bem incitando ódio, isso é de fato uma contradição sem tamanho.

    Como disse a Lilla D'Arbanville Lac: "Galera, bora assumir aí que vocês também são violentos e pronto.
    Assim o mundo vive com menos hipocrisia. Quer meter a porrada, mete, vai lá. Mas não ache que isso te faz melhor que outro agressor.
    Tô vendo tanta gente justificar a apologia à violência, que me dá náuseas."

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    1. Joicy, ótimo comentário, e tocaste num ponto onde quase ninguém atinou, 'pessoas de bem revidando a violência', é uma discrepância isso, e concordo contigo, mesmo com toda a indignação de ver essa marginalidade agindo perversamente, se formos revidar na mesma moeda, não vamos nos diferenciar deles em nada. Valeu pelo comentário, abração pra ti.

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