Vivemos em um mundo em fluxo, de transformações, mudanças
constantes, de incertezas, no qual os acontecimentos são imprevisíveis e
abruptos. A bolsa de valores se comporta
como uma montanha russa, o mercado financeiro se equilibra numa corda quão
equilibrista circense, os valores éticos e morais são desconstruídos de acordo
com o modismo vigente, enfim, convivemos com o incerto, sem saber em qual
direção o mundo caminha, mas será que devemos ter tanto medo assim do porvir?
Devemos nos adaptar e se enquadrar a todas as mudanças no qual o mundo passa?
Bem, agora estou indeciso...rs
As pessoas gostam de um porto seguro, de um chão firme
onde possa pisar e caminhar tendo a certeza de que não será surpreendido por
nenhum abalo sísmico, porém, quando se trata do quesito vida, essas
possibilidades não encontram consistência, ou quase, sim, quase. Muitas pessoas
na sociedade tem um medo tremendo de viver, pois só pensam no que a vida possa
trazer de ruim, das incertezas, das contingências, das imprevisibilidades, e
realmente é o que acontece, a vida não segue por trilhos inexoráveis, ela segue
por trilhos difusos, como uma montanha russa, hoje estamos em baixo, de uma
hora pra outra, estamos dando um giro de 180 graus de forma repentina, na
maioria das vezes voltamos ao local de onde estávamos, outras vezes, os
acontecimentos tomam um rumo no qual muda toda a nossa estabilidade e certeza
de tudo.
Para aqueles que pensam ser fortes, preparados e que depositam suas certezas em sua posição
social, bens, intelectualidade e arrogância, ledo engano, sinto pena de tais
pessoas, num grito que a vida nos dá, corremos para debaixo de nossas camas,
como criancinhas medrosas, num susto que a existência possa nos pregar, olhamos
para o espelho e vemos o quão insignificante somos, as falsas onipotências que,
porventura rondam as nossas frágeis incertezas, se dissipam como uma nuvem ante
qualquer situação desconhecida no qual somos acometidos, não há super-homens e
nem há superpoderes que nos envolvam como uma redoma protetora, somos frágeis
sim, não há bom.
Mas também, por outro lado, viver incessantemente com
medo do porvir não traz saúde mental e só faz crescer o temor por tudo, a
ansiedade por aquilo que ainda não aconteceu, e talvez nem acontecerá pode
sugar as nossas forças de forma desnecessária, e, quando algo acontecer, seja
de bom ou ruim, não teremos forças o suficiente para lidar com tal situação,
visto que toda as nossas forças, ou grande parte delas se esvaíram antes de
forma imatura. Sei o que estou falando, no campo da literatura é bonito, quem
não fica ansioso em meio a uma notícia ruim ou um acontecimento que, provavelmente
venha a nos acontecer, sim, todos, inclusive eu, porém, do que adianta nos
consumirmos em medo e incertezas, se, em algumas situações as coisas tomarão um
rumo inesperado no qual não podemos prever, então, como experiência própria, de
ter vivido meses de angústia e medo por algo que aconteceu em minha vida recentemente,
me dei conta de que, realmente somos frágeis e que, como diz a palavra de Deus
nos Evangelhos, não podemos tornar um fio de cabelo branco em nossa cabeça, Deus
está no controle de tudo, mas tudo mesmo.
Adquirir maturidade suficiente para viver em paz em meio
a um mundo tão incerto e de incertezas não é fácil, advém de muita experiência
e de uma visão no qual reconheçamos que não somos fortes para evitar os percalços
que a vida traz em sua esteira. Devemos sim enfrentar com coragem, gana e
sabedoria, e, para quem crer, confiando em Deus sabendo que ELE nos ama
incondicionalmente e que sabe de nossos limites. Temer a vida não é a melhor
saída, mas imergir nela de forma a estar preparado para situações prazerosas e
desagradáveis, na certeza de que, viver é bom, é um dom Divino, e que nascemos
para isso, viver.
Paulo Cheng
Oi Cheng
ResponderExcluirQue belo texto meu amigo! E concordo contigo plenamente, precisamos saber que Deus está no controle de tudo, senão "piramos" kkkkkk. Engraçado que eu tô com um tema quase parecido com esse, baseado na minha própria experiência recente inclusive.
Bjos. para ti e para Michel.
Oi Lu, que bom que gostaste do texto, e foi baseado numa experiência pessoal que ainda estou passando que me fez escrever isto, e como você bem frisou, se formos nos desesperar, piramos mesmo.
ExcluirUm grande abraço pra ti.
Paulo, teu texto é lindo e precisamos de muita maturidade pra levar a vida , se bem que por vezes, para tanto, precisamos perdê-la um pouquinho, dando lugar à infantilidade, às coisas que nos remetes à ela! Adorei! abração,chica e ótimo fds!
ResponderExcluirSim Chica, não há formulas prontas para encarar a vida com todo o seu turbilhão de coisas, mas sim, ás vezes temos que dar lugar \á infantilidade, não levar muito á sério as coisas.
ExcluirAbração pra ti.
Olá Paulo, que texto lindo e profundo! É verdade: é preciso saber viver!
ResponderExcluirEu também passei por muita coisa nessa vida, e aprendi a valorizar o que é essencial!
E como diz a Palavra:
“Portanto, não andeis ansiosos pelo dia de amanhã, pois o amanhã se preocupará consigo mesmo. Basta a cada dia o seu próprio mal.”
Ah! Muito obrigada pela visita!
Um grande abraço, que Deus o abençoe.
Adelisa,
http://adelisa-oquerealmenteimporta.blogspot.com.br/
Oi Adelisa, sim, um texto do Evangelho, e o amanhã pertence à Deus, basta vivermos o hoje e pronto.
ExcluirObrigado pelo comentário, abração.
numa reflexão de vida, percorres certezas e dúvidas que, não numa lógica maniqueísta ou exclusa, mas antes integradora, a todos percorrem de forma mais ou menos evidente. uns convivem com essa realidade sem que demos por isso; outros não conseguem libertar-se das amarras que os impedem de viver.
ResponderExcluirtalvez o nosso papel neste tecido de longevidade incerta seja mesmo reduzirmos ao mínimo os temores que nos impedem de ser nós mesmos, na relação com os outros, ao mesmo tempo que reiterando tudo quanto nos afirma enquanto seres excecionais ainda que idênticos aos demais.
um forte abraço, caro amigo!
Grande Jorge Pimenta, acho que tens razão, acho que devemos sim viver reduzindo ao máximo os temores que nos impedem de sermos nós mesmo, assim fica mais fácil aproveitar cada instante que a vida, que é curta, tem para nos oferecer.
ExcluirUm grande abraço pra ti.