Nossas vidas se resumem a um conjunto de decisões e ações
no qual tomamos, e, mediante essas ações, teremos que conviver com seus
desdobramentos e consequências. Quando agimos de forma bem planejada e
adequada, as consequências são positivas e dentro do que esperávamos, porém,
quando agimos de forma inconsequente e impensada, os resultados são desastrosos
e, em alguns casos, as consequências perdurarão pelo resto de nossas vidas.
Recentemente acompanhamos um episódio que chocou a
opinião pública. Todos já conhecem, mas vou resumir: um pai vai ao Zoo com seus
dois filhos, o mais velho, por negligência do pai, que, por mais advertido que
fosse pelos transeuntes no momento, não deu ouvidos, permitiu que o seu filho
mais velho adentrasse em local proibido nas jaulas de um leão e um tigre, o
desfecho disto foi horripilante, no que o garoto colocou o braço direito para
acariciar o tigre, o mesmo abocanhou seu braço direito, dilacerando-o e,
consequentemente, o membro seria amputado no hospital, pois não havia como
restaurá-lo. Triste mesmo.
Há momentos em nossas vidas que agimos por impulso, de
forma displicente, inconsequente, estando certos ou errados, teremos que arcar
com as consequências de nossos atos. E nunca somos maduros o suficiente para em
todos os momentos agirmos com maturidade, não podemos prever o futuro, caso
fosse isso possível, todas as nossas ações seriam bem sucedidas, mas como é
impossível isso para nós, agimos no calor da emoção, ou na esperança de que
estamos agindo certo, ou, por vezes, agimos de forma abrupta e imprudente, e
amargamos os resultados, que podem durar somente o momento do acontecido, ou
podem perdurar por toda a nossa existência, e o sentimento de culpa será uma
companheira incômoda e ingrata que nos acompanhará dia a dia.
Todos cometemos erros, é algo inevitável, apontar erros
nos outros, também algo corriqueiro e fácil, porém, quando erramos, nos
incomodamos com os dedos que são apontados em riste em nossa direção nos
acusando e proferindo sentença condenatória. Voltando ao fato do garoto que
perdeu o braço direito, uma enxurrada de comentários foi postada nas redes
sociais acusando o pai de negligente,
sim, concordo, mas em alguns comentários, pessoas desejavam que ele fosse preso
por anos e até que merecia pena de morte. Bem, como reza o Direito Penal, em
tais situações, só o fato de o pai conviver com o sentimento de culpa por ter
permitido que tal situação se abatesse sobre o seu filho, e as sequelas que o
menino levará pelo resto da vida, já é a pena que ele terá que sofrer, e concordo
com isso, neste caso, creio que, nenhum tipo de pena que cerceasse sua
liberdade seria maior que o fato dele conviver com sua culpa por ter
negligenciado os cuidados necessários naquele momento para com o seu filho, mas como a sentença da
sociedade para os outros é sempre cruel e isenta de piedade, as opiniões sobre
esta situação divergem consideravelmente.
Não quero proferir nenhum tipo de sentença ou juízo
contra o pai do garoto, basta a culpa que ele levará consigo pelo resto de sua
vida, mas grandes lições podemos tirar deste episódio, pois, quando estamos do
lado de fora de uma situação dessas, é fácil julgar e apontar o erro, mas
quando somos partícipes, fica complicado, tentamos por todas as formas nos
justificar e, mesmo que estejamos certos, a opinião pública e as pessoas ao
nosso redor já têm a sentença proferida: CULPADO!
Que Deus nos dê sabedoria e maturidade para que possamos
agir no momento certo, na medida certa e de forma adequada, e que as
consequências de nossos atos sejam igualmente benéficos.
Paulo Cheng
Ponderação e equilíbrio são palavras chave em nossas vidas, nas ações e inações... Lindo texto! abração,chica
ResponderExcluirOi Chica, realmente é difícil adquirir equilíbrio em todas as nossas decisões, mas a vida é um eterno aprendizado, aprendemos com os nossos erros e com o s erros dos outros.
ResponderExcluirAbração pra ti.
Paulo, sua análise é perfeita. No caso do menino, o pai foi negligente, não se discute isso, porém, não precisam as pessoas o condenarem mais ainda por isso, pois como pai, imagino o quanto ele já não deva se punir por esse fato. No mais, como já disse no início deste comentário, sua análise é perfeita. Um grande abraço.
ResponderExcluirAgradeço o seu comentário PC, e devemos sempre nos colocar no outro lado da situação, aí teremos um maior entendimento da situação em si.
ExcluirAbração pra ti.
Acho que o sentimento de culpa é pior pena possível, concordo com a lei sobre essa 'punição'. Tomar como exemplo essa história para não fazermos besteira no futuro, pois situações assim são expostas a todos, alguns agem de forma adequada e outros, por algum motivo, não.
ResponderExcluirGrande abraço
Também acho, sei que o pai errou, e um erro irreparável, porém, terá que conviver também com a sua culpa enquanto viver.
ExcluirAbração pra ti Mateus.