domingo, 7 de setembro de 2014

Não sendo nós mesmos

Imagem extraída da internet 
Viver em sociedades requer alguns artifícios para que possamos travar uma convivência no mínimo amistosa. Relacionamentos são complicados, como diz um ditado popular: “cada cabeça é um mundo diferente”, e tenho que concordar com esta sentença, cada pessoa tem uma opinião distinta, uma visão particular, um conceito formado, um temperamento singular, sendo assim, o mundo é um mosaico de pessoas diferentes, com culturas diversas, com opiniões divergentes e o que cabe a todos nós é encararmos tudo isso de forma plural.


 Como no mundo mantemos contato com pessoas de diversas culturas, comportamentos, temperamentos e níveis distintos de educação e espiritualidade, por vezes, somos forçados a nos adequarmos às situações de acordo com o momento. Devido a essa complexidade em toda sua diversidade, nunca temos a liberdade de sermos ou agirmos como gostaríamos em determinados momentos, visto que, todas as nossas ações dependem tanto do momento quanto das pessoas ou situações no qual estamos envolvidos, essa de “eu sou eu mesmo em qualquer lugar” não se sustenta racionalmente falando, um dos exemplos mais óbvios seria o seguinte: quando estamos em casa, estamos totalmente à vontade, andamos praticamente seminu, cantamos no chuveiro, mesmo que sejamos desafinados e agimos com a maior naturalidade, porém, quando estamos em um ambiente de trabalho ou em público, todas as nossas ações mudam drasticamente e nos tornamos pessoas sérias, recatadas, tímidas e até monossilábicos.

O fato de adotarmos esse comportamento variável em determinadas situações eu encaro como uma forma de autodefesa e prudência que adotamos de forma inconsciente. Todo ser humano, pelo menos os que têm intactas as suas faculdades mentais, age naturalmente filtrando suas palavras e comportamentos mediante cada situação, pessoa ou ambiente, e isso é um dispositivo sadio e auto­-protetor que nos ajuda a nos relacionarmos com todas as pessoas, independente das situações no qual estamos envolvido. Imaginem se, ao chegarmos no trabalho adotássemos um comportamento relapso e descontraído que adotamos em casa, e, se em casa, agíssemos como se estivesse no trabalho, de forma séria, sisuda e cheio se reservas, com certeza seria um fiasco total.

Esse tipo de comportamento situacional para algumas pessoas é visto como se a pessoa fosse inconsistente ou que tivesse ‘duas personalidades’, porém, agradeçamos a Deus por termos esses dispositivos em nosso intelecto, pois dessa forma, conseguimos conviver e manter contato com pessoas dos mais variados níveis de cultura, intelectualidade, temperamento e fator emocional, caso contrário, se quiséssemos agir sem critérios ou de acordo com o primeiro pensamento que viesse em nossa mente, não conseguiria imaginar o caos no qual as sociedades estariam, com certeza os relacionamentos entrariam em colapso e o mundo, por mais insano que esteja, não restaria o mínimo de lucidez nas pessoas.

Paulo Cheng


5 comentários:

  1. É bom e ao mesmo tempo não é ter esse mecanismo...

    Eu, se obrigada a entrar em contato com pessoas, rodinhas, palavras que não suporto( até em festas, que cada vez mais abandonei!) qualquer um que para mim olhar, poderá ver o que sinto. E o maridão já treme nas bases, com o que poderá sair da boquinha santa,rs Não sou mal educada, mas coloco o que penso. E, na maioria das vezez, corto essas situações.EVITO entrar em contato com hipocrisia! Detesto!rs abração,chica

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    1. Sei Chica, mas é algo que normalmente acontece conosco, e também tem situações no qual chutamos mesmo o balde e dizemos o que nos vem a cabeça, não há regras, entende, também já fiz isso muitas vezes, quando todos estavam agindo de acordo com alguns 'parâmetros do bom senso', fiz o que estava em minha mente, é normal isso.

      Grande abração pra ti.

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  2. Belo texto Cheng!
    Ontem acabei de ler uma frase, não sei se é de Charles Darwing, que diz que não são os mais fortes que sobreviverão, mas sim aqueles que conseguem se adaptar melhor ao meio. E acho que essa afirmativa vale para o que trabalhou no texto, pois devemos aprender a conviver com essa pluralidade de entendimentos, jeitos e opiniões e extrair disso a melhor interação e convivência pacífica com as pessoas. Afinal vivemos em sociedade!

    Abraços,
    Flávio Ribeiro

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    1. Legal Flávio, acho que já vi essa frase do Darwing por aí, e creio que é isso mesmo, temos que nos adaptar a toda e qualquer situação, caso contrário, se formos agir sem critério algum, com certeza será um desastre total.

      Abração pra ti.

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  3. Meu caro Paulo, assino por baixo tudo que o amigo aqui colocou. Nada mais a acrescentar nem tirar. Em um ambiente coletivo temos que viver procurando nos adequar de acordo com o ambiente onde estamos. Em resumo, é mais ou menos isso. Um grande abraço.

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