quinta-feira, 9 de julho de 2015

Século XXI: a Idade das Trevas?


A humanidade está repleta de momentos obscuros, negros e tenebrosos; momentos que, de certa forma, macularam as páginas de nossa história, e não foram poucos esses momentos, guerras, genocídios, torturas, reis e imperadores truculentos e austeros, sociedades cativas da violência e da ignorância, e até em momentos recentes de nossa história também podemos observar que, em algumas sociedades, a intolerância e a Lei do olho por olho, dente por dente, é que rege as relações interpessoais.


A paz não é uma unanimidade, e viver de forma harmônica em algumas sociedades beira a utopia. Mesmo em pleno século 21 nos deparamos com cenas grotescas que nos remetem à Idade Medieval, e um desses exemplos é o grupo radical Estado Islâmico, que, como pretexto religioso e ideológico, fomenta a violência e a morte de forma gratuita no Oriente Médio; outro exemplo, bem pertinho de nós, ocorreu no Maranhão, nesta última segunda-feira (06/07/2015), onde um assaltante foi flagrado tentando assaltar, ao ser contido pela população, o mesmo foi amarrado a um poste, e vários dentre os transeuntes, à semelhança da Inquisição na Idade Média, ou a um campo de concentração nazista, espancaram o assaltante até a morte.

Entendo que a população brasileira está cansada de ser vitimada por tanta violência, assaltos e outras mazelas, e que, na maioria das vezes a bandidagem leva vantagem sobre os cidadãos de bem, contudo, amarrar um meliante por tentativa de assalto em um poste e espancá-lo até morte não difere muito das atitudes tomadas por Stalin ao massacrar seus desafetos; ou das ordens dadas por Pol Pot ao mandar exterminar seus concidadãos no Camboja; ou até mesmo das atitudes de Hitler em mandar executar judeus em campos de concentração; e você pode até pensar que eu esteja usando de extremismo e exemplos descabidos, mas uma coisa em comum existe em todos os eventos supracitados: o desejo mordido e irrefreável de matar e de se colocar como o Juiz da vida e da morte.

Não sei se atitudes como a do Maranhão ajudarão em alguma coisa, seja para conter a violência ou para lavar a alma como um bálsamo em meio a tanta violência, entretanto, tais atitudes como essa tomada pela população como forma de extravasar a indignação por tanta violência nos remete aos acontecimentos mais obscuros e grotescos que marcaram a nossa historia por meio de barbáries e atos cruéis, e mesmo que, ações assim tomadas pela população sejam tidas como um recado à bandidagem de que os cidadãos de bem não mais suportam toda essa onda de assaltos, roubos, latrocínios e etc., pagar na mesma moeda não seria um retrocesso? O olho por olho não nos assemelharia aos bárbaros dos tempos de Gengis Khan? Enfim, tais acontecimentos em pleno século XXI me faz questionar se realmente os tempos são de evolução e novos tempos ou servem para testificar que, basta um fato como estopim para mostrar que, o que há de mais negro e vil que habita nos recônditos de nossa alma pode aflorar ao menor sinal de anormalidade em nosso redor.




Paulo Cheng 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Olá queridos, você está em meu site, o paulocheng.com, um espaço onde eu escrevo e posto minhas impressões, meus devaneios, minhas inspirações e sandices, desde já agradeço pelo acesso, lembrando que você não é obrigado a comentar, pois não há uma obrigatoriedade ou imposição, caso você não ache interessante ou esteja com preguiça, não tem problema, o que quero aqui é o prazer acima de qualquer coisa, e não obrigatoriedade, ok? Que Deus possa te abençoar em Cristo Jesus.