sábado, 2 de abril de 2016

E no final de tudo... Saudades.

Antes de tecer quaisquer comentários, gostaria de avisar que a intenção deste texto não é torná-lo melancólico, mas reflexivo, pois tratar de saudade sempre gera uma conotação e sentimento de introspecção que sorrateiramente conduz-se à tristeza, abordar a saudade realmente é algo que beira a melancolia, contudo, sempre nos traz lições de grande valia.


A saudade é um sentimento agudo que, como uma adaga afiada, traspassa o coração e a alma, que embarga a voz, lacrimeja os olhos, e deposita um vazio indescritível dentro de nós. Quando nos separamos das pessoas no qual nutrimos apreço, seja esta separação motivada pela distância ou pela morte, um aperto contorce o nosso peito de forma a tornar a pessoa querida perto de nós em pensamento, e distante presencialmente, não obstante, quando ela está distante, há ainda a possibilidade de um reencontro, no caso de uma fatalidade, este sentimento será um hóspede permanente em nosso ser.


Hoje sábado (02/04/16), faz exatamente 6 dias que perdi meu irmão, foi-se para a eternidade, e diante de tudo o que ele fez, vivenciou e construiu, agora só resta a saudade, é como se uma borracha tivesse sido passada em toda a sua vida, e somente reminiscências distantes permanecessem para validar toda uma existência, sim, no final de tudo, resta a dor, a ausência  e a saudade, martelando o peito, afligindo a alma e se misturando entre os pensamentos.


A existência é algo complexo, somos seres emotivos, sentimos dores que não são físicas, e sim emocionais, e tais dores são as mais profundas e duradouras, persistem através dos dias, meses, anos e décadas. Somos impotentes diante de tais sentimentos, e por mais que tentemos reverter ou lutar, tais ações sempre são inócuas, no mais, aliviam, jamais resolvem no cerne. E a saudade é uma das maiores dores no qual podemos sentir, nos deixa inertes, não obstante, também é sinal de algo bom, pois só se sente saudades de quem realmente amamos e que representa algo em nossas vidas, sim, a saudade é boa e ruim, faz chorar e faz sorrir.


Hoje sinto uma saudade que será eterna, enquanto eu viver este sentimento em relação ao meu irmão estará sempre presente, obviamente como é recente, ela, a saudade, é mais latente e aguda, mas com o passar do tempo a tendência é ela arrefecer, mas não desaparecerá, sempre estará lá, teimando em trazer à tona reminiscências longínquas, me fazendo lembrar que, houve uma pessoa no qual convivi, amei, me doei, e que não mais existe, mas esteve lá, e hoje, permanece somente em meus pensamentos, numa existência agora abstrata, surreal. Sim, a saudade é dolorida, quiçá a dor mais profunda que um ser humano possa sentir, sim, a saudade que, no fim de tudo, só restará ela.




Paulo Cheng 

2 comentários:

  1. Verdade! A saudade existe, se instala após as perdas e fica pra sempre.Ameniza, fica mais doce, leve, mas não desaparece! abração, chica

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  2. OI PAULO!
    A SAUDADE É DOLORIDA MESMO, PRINCIPALMENTE ESTA QUE ORA SENTES, A DE UM ENTE QUERIDO QUE SE FOI, MAS COMO BEM O DISSESTE E COMO EU SEI E SINTO, DÓI MUITO MAS CHEGA UM MOMENTO EM QUE A DOR SE ABRANDA E NOS SURPREENDEMOS A, MUITAS VEZES EM QUE NOS VEM A MENTE A IMAGEM DESTE QUE NOS ACOMPANHOU POR UM TRECHO DE NOSSA CAMINHADA, UM SORRISO NOS ESCAPAR DOS LÁBIOS.
    ABRÇS
    http://zilanicelia.blogspot.com.br/

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