sexta-feira, 9 de maio de 2014

MMA: esporte radical ou prazer sádico?

Imagem extraída da internet
Não sou um esportista exemplar, mas quando era moleque sempre batia minhas peladas no campinho perto de casa. Já aborrescente, no auge da geração de prata, me apaixonei pelo vôlei, paixão que perdura até agora, também cheguei a treinar karatê e taekwondo. Hoje em dia, não curto mais minhas peladas e um voleizinho, meus esportes são o ciclismo e as corridas de manhã.


Há esportes hoje em dia para todos os gostos e clientes. Desde os mais simples e singelos até os mais radicais e violentos. O MMA (Mixed Martial Arts) é considerado um esporte de luta livre e cresceu bastante com o passar dos anos, e está bem estruturado e amealhando adeptos de todas as idades e classes sociais. Para alguns é um esporte que promove violência e brutalidade, já para outros é considerado como uma vertente de lutas profissionais, assim com o boxe, karatê ou taekwondo.


Lembro que nos anos 90 eu cheguei a assistir na TV a cabo lá de casa, o início do UFC (Ultimate Fighting Championship). A ideia era um torneio de luta livre onde reunisse os vários tipos de lutas onde o propósito era ver qual o estilo de luta mais eficaz e completo. Algumas lutas desse primeiro evento, lembro-me bem, pareciam até cômicas, como um capoeirista enfrentando um boxeador. O ganhador deste primeiro torneio que ficou famoso na história foi o brasileiro Royce Grace, do lendário clã dos Grace.

Imagem extraída da internet
Mesmo tendo crescido e se popularizado, com toda a sua estrutura e técnica adotadas, sempre quando vejo uma luta na TV de MMA, por mais popular e profissional que tenha se tornado, não consigo apreciar como se estivesse vendo uma simples partida de vôlei ou uma maratona. Toda aquela brutalidade em cima do octágono, por mais profissional que seja, me lembra uma briga selvagem de rua. E quando vejo na TV aquelas cenas revoltantes de bandos de jovens agredindo uma pessoa covardemente, me sinto ainda mais desconfortável assistindo a um esporte desses.

Atualmente, sabemos que a violência está tão banalizada em nossas ruas e crescendo absurdamente. Só que não entendo, mesmo com toda a população nutrindo uma ojeriza visceral contra ela e clamando por justiça, paradoxalmente consegue dar ibope ao MMA e colaborar com os altos picos de audiência desse evento. Por mais que os lutadores de MMA e seus adeptos afirmem que é um combate cheio de técnicas e com certos limites impostos evitando o vale tudo (dedo nos olhos, puxões de cabelos, chute nos testículos, por exemplo), não deixa de ter certa violência e brutalidade envolvidas, e que, dependendo da luta, algum lutador poderá terminar a luta carregado numa maca banhado em sangue indo direto para o necrotério.

Imagem extraída da intenet


Bem, não sei a opinião de vocês a esse respeito e gostaria de saber, mas com toda a ojeriza que nutro em relação à violência que superabunda a nossa sociedade, ainda não consigo ver o MMA como um mero esporte, e sim como um espetáculo sádico bem patrocinado e muito rentável, por sinal.


Paulo Cheng


2 comentários:

  1. sou um fã incorrigível do desporto, em geral, mas não tenho especial ligação a desportos em que o propósito é derrotar o outro limitando a sua ação física. para mim, o desporto pressupõe o encontro com o outro para, numa relação de desafio permanente, sermos capazes de buscar os nossos limites, superando-nos. aquele que defrontamos é mais do que um adversário que queremos bater; é, sobretudo, o elemento-chave para conseguirmos ser melhores. mas, se para o fazermos, o sangue tem de jorrar, então não contem comigo.
    pior ainda são os pseudodesportos que, partindo da violência, acabam por se assumir como produtos cujo fim último é o lucro; pior ainda, o que se vende é a própria violência e, porque há sempre quem a compre, a tendência é para a generalização e proliferação.

    um abraço, caro amigo!

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  2. Jorge amigão, concordo contigo, acho que esporte deve haver prazer, e superação ao outro sem subjugá-lo ao ponto de deixá-lo ensanguentado ou quebrado, e o prazer sádico das pessoas é que estão dando ibope para esse tipo de evento, uma pena.

    Abração pra ti.

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