quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

No país do futuro

Foto by Paulo Cheng
 Desde pequeno ouço um dito popular no qual enfatiza que “o Brasil é o país do futuro”, e que o gigante um dia despertaria do sono e assumiria seu papel de direito ante as nações que dominam o chamado “Primeiro Mundo”. Mesmo com alguma melhoria dos anos 90 pra cá, ainda estamos longe de atingirmos um status de um país equilibrado e que funciona a contento, o tal “país do futuro” ainda está estacionado num passado medieval.

O Brasil é um país com recursos naturais invejáveis a qualquer país do mundo, também o seu clima tropical, isento de catástrofes naturais como abalos sísmicos, tufões, frio intenso, colabora para que esta terra seja bem conceituada no que tange a um lugar agradável para se viver. Não obstante, as desigualdades sociais são absurdamente gritantes, e um abismo intransponível separa uma pequena casta detentora de riquezas, de uma grande massa assalariada e com milhões de pessoas abaixo da linha de pobreza, vivendo de forma subumana e perambulando pelas ruas, lixões e monturos buscando sobreviver.


A nação brasileira, desde o seu surgimento, com os portugueses e sua colonização, introduzindo seus costumes e afanando as nossas riquezas, lançaram as sementes que germinaram a corrupção, a desonestidade, o jeitinho e demais atributos que conspiram contra os bons costumes. A corrupção que, como um câncer em metástase corrói a nossa nação, não é de hoje, e sim de séculos atrás, e está arraigado no DNA da nação. Mudar um país onde a desonestidade e o egoísmo estão em cada molécula de ar que respiramos é uma tarefa hercúlea, contudo digo que, mesmo tendo recursos naturais em abundância, possuindo uma moeda forte, e assumindo um patamar de país emergente e partícipe dos BRIC’s, estamos a anos luz de sermos um país de Primeiro Mundo.


Sim, não são só riquezas e uma moeda forte que faz um país alçar o status de Primeiro Mundo, e só atingiremos este patamar quando a nossa consciência mudar visceralmente; quando todos nós começarmos a respeitar os nossos velhos; quando formos civilizados no trânsito; quando considerarmos os nossos professores nossos segundos pais; quando fizermos da educação e conhecimento nosso trampolim para uma vida melhor; quando recebermos o troco a mais e a nossa consciência nos constranger a devolvermos o excedente que não é nosso; quando tratarmos as nossas crianças e idosos com o maior respeito; quando dar o nosso assento no ônibus a um idoso ou grávida não ser considerado obrigação e sim prazer; quando a leitura e o conhecimento nos deixarmos mais criteriosos no que tange a selecionarmos os programas de TV, músicas e filmes; quando a arte se tornar nossa amiga íntima e fizermos da literatura, cinema, teatro, nossos hobbys constantes; quando o amor ao trabalho suplantar o desejo de gozarmos feriados e feriadões; quando assumirmos tal patamar de consciência intelectual, emocional, educacional e cultural, adentraremos em um outro nível, não só social, mas econômico, cultural e ético-moral, não obstante, sem querer ser pessimista, mas realista, se tais sementes começarem a ser plantadas agora, será necessário duas ou três gerações, no mínimo, para começarmos a colher os frutos, aí sim poderemos vaticinar de forma altissonante: “ o Brasil é o país do futuro”.




Paulo Cheng 



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