terça-feira, 20 de junho de 2017

No limiar entre o amor e o ódio

Photo by Cheng

“a vingança é um prato que se come frio”; “aqui se faz, aqui se paga”; “o inferno te aguarda”; provérbios horripilantes, adágios populares medonhos, os seres humanos conseguem ser, paradoxalmente bons e maus, sublimes e sinistros, amáveis e iracundos, os sentimentos que tecem os retalhos de nossas emoções são ambíguos e imprevisíveis, se manifestam de acordo com os estímulos internos e externos, somos uma caixinha de surpresa, tanto boa quanto má.


Sentimentos são atributos nobilíssimos, são através deles que nos expressamos, demonstramos afeto e rejeição, externamos os nossos estados de espírito, transmitimos alegria ou tristeza, e respondemos aos estímulos externos, dependendo de como as pessoas nos tratam, exalamos afabilidade ou destilamos menosprezo pelo próximo.

Os mecanismos que tecem os meandros de nossas emoções são igualmente complexos e antagônicos, como um pêndulo, oscilamos o nosso humor de acordo com os estímulos externos e internos, e mesmo o mais centrado e maduro intelectual ou emocionalmente falando, sai do sério por uma simples palavra ou gesto proferido em sua direção, somos mais voláteis e irascíveis do que imaginamos, e, como um vulcão em erupção, podemos explodir a qualquer momento, basta somente um estímulo, apenas um estímulo.

O ser humano consegue se distinguir de todos os outros seres vivos pelos sentimentos que os envolve, um animal selvagem, quando ataca, usa toda a sua fúria como meio de sobrevivência ou autodefesa, já nós, seres humanos, nutrimos algo que os animais não desenvolvem: ódio. E o pior, podemos acalentar o ódio ou desprezo pelo nosso semelhante por anos e até décadas, alimentando um sentimento nocivo que, tanto transmite negatividade para a pessoa odiada como imerge a alma do que emite tal sentimento em densas trevas, somos seres que conseguem matar os outros dentro de nós sem ao menos dar-lhes um tiro ou sequer preferir-lhes uma só palavra sequer.

Os nossos sentimentos destoam em um antagonismo paradoxal, conseguimos ser pessoas que serão lembrados por gerações por nossos bons feitos e ações, como também descer o ralo do esgoto existencial por atitudes nefastas e perniciosas. Por que odiamos aos outros? Por que conseguimos amar de forma ilógica? Tais sentimentos nos mostram o quão complexo e intrincado é as camadas de nossas emoções, onde o limiar entre amar e odiar, abraçar e rechaçar, fazer viver e matar, não passa de uma linha tênue, no qual os motivos que nos levam a amar e odiar são os mais improváveis e ilógicos possíveis, afinal de contas, a vida em si é uma experiência irracional.




Paulo Cheng 

Um comentário:

  1. Somos mesmo imprevisíveis..O amor permeia nossos dias, mas por vezes nos deixamos tomar por sentimentos nada nobres...abração,chica, tudo de bom,

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