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“a vingança é um prato que se come frio”; “aqui se faz,
aqui se paga”; “o inferno te aguarda”; provérbios horripilantes, adágios
populares medonhos, os seres humanos conseguem ser, paradoxalmente bons e maus,
sublimes e sinistros, amáveis e iracundos, os sentimentos que tecem os retalhos
de nossas emoções são ambíguos e imprevisíveis, se manifestam de acordo com os
estímulos internos e externos, somos uma caixinha de surpresa, tanto boa quanto
má.
Sentimentos são atributos nobilíssimos, são através deles
que nos expressamos, demonstramos afeto e rejeição, externamos os nossos
estados de espírito, transmitimos alegria ou tristeza, e respondemos aos
estímulos externos, dependendo de como as pessoas nos tratam, exalamos afabilidade
ou destilamos menosprezo pelo próximo.
Os mecanismos que tecem os meandros de nossas
emoções são igualmente complexos e antagônicos, como um pêndulo, oscilamos o
nosso humor de acordo com os estímulos externos e internos, e mesmo o mais
centrado e maduro intelectual ou emocionalmente falando, sai do sério por uma
simples palavra ou gesto proferido em sua direção, somos mais voláteis e
irascíveis do que imaginamos, e, como um vulcão em erupção, podemos explodir a
qualquer momento, basta somente um estímulo, apenas um estímulo.
O ser humano consegue se distinguir de todos os outros
seres vivos pelos sentimentos que os envolve, um animal selvagem, quando ataca,
usa toda a sua fúria como meio de sobrevivência ou autodefesa, já nós, seres
humanos, nutrimos algo que os animais não desenvolvem: ódio. E o pior, podemos
acalentar o ódio ou desprezo pelo nosso semelhante por anos e até décadas,
alimentando um sentimento nocivo que, tanto transmite negatividade para a
pessoa odiada como imerge a alma do que emite tal sentimento em densas trevas,
somos seres que conseguem matar os outros dentro de nós sem ao menos dar-lhes
um tiro ou sequer preferir-lhes uma só palavra sequer.
Os nossos sentimentos destoam em um antagonismo
paradoxal, conseguimos ser pessoas que serão lembrados por gerações por nossos
bons feitos e ações, como também descer o ralo do esgoto existencial por
atitudes nefastas e perniciosas. Por que odiamos aos outros? Por que
conseguimos amar de forma ilógica? Tais sentimentos nos mostram o quão complexo
e intrincado é as camadas de nossas emoções, onde o limiar entre amar e odiar,
abraçar e rechaçar, fazer viver e matar, não passa de uma linha tênue, no qual
os motivos que nos levam a amar e odiar são os mais improváveis e ilógicos
possíveis, afinal de contas, a vida em si é uma experiência irracional.
Paulo Cheng
Somos mesmo imprevisíveis..O amor permeia nossos dias, mas por vezes nos deixamos tomar por sentimentos nada nobres...abração,chica, tudo de bom,
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