Paulo & Michel Cheng |
Dezembro
é um mês atípico, envolto em um clima festivo, onde uma atmosfera
sentimental envolve a todos, é um mês onde os sentimentos se tornam
mais melífluos, onde os sorrisos são mais fartos, onde as lágrimas
vertem-se com mais afluência, e no qual as palavras soam mais
aprazíveis, enfim, é um mês onde todos se sentem mais solícitos e
diligentes, e tal magia se deve pelo fato de comemorarmos o
nascimento de Cristo, e também pelo clima festivo que adentra nos
lares, mas caso não houvesse o natal, será que tal susceptibilidade
visitaria as pessoas como no período natalino?
Os
sentimentos humanos são antagônicos, ora oscila em indulgência e
benignidade, ora em malevolência e egoismo, dentro de cada um de nós
habita o bem e o mal, somos sublimes e grotescos, amáveis e
iracundos, solícitos e egoístas, e diante de tal flutuabilidade não
conseguimos manter uma linearidade em manter nossos comportamentos,
nunca somos totalmente desprezíveis, nem muito menos altruístas.
Os
finais de ano, e em especial o mês de dezembro é, no mínimo,
paradoxal, pois é somos, de certa forma, induzidos tacitamente a
demonstrar um comportamento que, em tese, não exalamos durante o ano
todo, entretanto, no mês de dezembro nos tornamos mais enternecidos,
e este clima sentimental contagia a todos inexoravelmente. E
curiosamente, passando este período, voltamos a nos comportar com o
mesmo ar cético e frieza cardíaca, sim, os nossos comportamentos
são compelidos devido ao meio ou aos estímulos externos, e devido a
essa particularidade em nosso modo de expressar os nossos
sentimentos, nos deixamos levar pelas externalidades, ou seja, se o
tempo é festivo, nos mostramos sensíveis, caso contrário, nos
fechamos como um casulo.
Sei
que é uma utopia, mas como seria bom se todos os meses do ano
soassem como o clima natalino de dezembro, se os nossos sorrisos
permanecessem sempre fartos, as nossas mãos estivessem sempre
estendidas, e que todos fossem alvos de nossa benevolência, e que
tal clima natalino perdurasse durante todo o ano, e não que ficasse
circunscrito à dezembro, mas infelizmente isso não passa de
quimera, pois, o natal vai passar, as festividades de fim de ano são
efêmeras, e, como uma nuvem que se dissipa no céu, voltaremos à
dura realidade do cotidiano, amando e odiando, ajudando e se
omitindo, abraçando e repelindo, ou seja, sendo nós mesmos, até
que venha o próximo natal...
Paulo
Cheng
Seria mesmo muito bom se assim fosse... Se todos os dias tivessem essa fraternidade , generosidade e harmonia! Feliz Natal e que 2018 seja maravilhoso pra todos nós! abração,chica
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